Avanço do neoliberalismo sobre a Petrobrás vulnerabiliza sua relação com o meio ambiente

 

Impactos ambientais assombram a sociedade. Historicamente, logo após o primeiro período neoliberal brasileiro (anos 90), a prática de precarizar para depois vender causou o vazamento de óleo na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária

 

Fato esse colocou o Brasil em alerta e até hoje é considerado um símbolo de negligência da Petrobrás (leia mais AQUI).   

 

Desse vazamento, que aconteceu no dia 16 de junho de 2000, quatro milhões de litros de petróleo contaminaram a bacia do Arroio Saldanha e dos Rios Barigui e Iguaçu.

 

Fazendo um breve resgate: você sabia que aconteceram grandes e graves acidentes ambientais em unidades da Petrobrás?

 

Além do vazamento na Repar, episódio que se caracterizou como o maior desastre ambiental do Paraná e um dos maiores da história da Petrobrás, podemos, infelizmente, ampliar o leque.

 

Também no período neoliberal, o afundamento da Plataforma P-36 (15/03/2001) e o vazamento de 1,3 milhão de litros de óleo combustível nas águas da Baía de Guanabara (18/01/2000), ambos no Rio de Janeiro, se enquadram na infeliz lista de acidentes evitáveis da Petrobrás.

 

Neoliberalismo

 

Não é coincidência esses fatos acontecerem justamente nesse período da história brasileira. A regra era promover o sucateamento da Petrobrás com a finalidade de privatizar.

 

E hoje, com a sinalização, por parte do governo federal, de que o Sistema Petrobrás pode ser vendido completamente, como fica a questão ambiental?

 

Trazendo para o momento atual, a Petrobrás vive, desde 2016, novamente o pesadelo neoliberal. Já começaram as reduções drásticas do número de trabalhadores, além da redução das manutenções preventivas e corretivas.

 

Quem vive dentro do ‘universo Petrobrás’ sabe que situações que não eram vistas voltaram a assombrar, como o vazamento de óleo e água registrado na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), no Complexo de Suape, em Ipojuca, no Grande Recife (26/08/2019).

 

Felizmente o vazamento foi contido, mas ultrapassou o limite da Refinaria e chegou ao mangue próximo, nas margens da via que segue para Porto de Galinhas.

 

Em agosto desse ano, outro vazamento de óleo. Dessa vez após trincas no casco de uma plataforma da empresa Modec, que estava a serviço da Petrobrás, despejar na Bacia de Campos, litoral do Rio de Janeiro, um volume de 6,6 mil litros.

 

Esse último evento também evidencia os riscos da terceirização da atividade de exploração do petróleo brasileiro.

 

Reflexão

 

Os eventos citados nos fazem refletir sobre a necessidade de barrar os processos de privatização que ocorrem na Petrobrás. Nossa estatal é poderosa, possui condições tecnológicas e estruturais para investir e atuar gerando empregos e riquezas!

 

É preciso ter uma visão estratégica sobre as questões ambientais, tendo, prioritariamente, a detenção do seu domínio nas mãos do Estado Brasileiro.

 

Caso contrário, veremos, mais algumas vezes, os fantasmas dos acidentes evitáveis rondando o Brasil devido a precarização do Sistema Petrobrás.

 

Quem defende o meio ambiente, defende a Petrobrás! Brumadinho nunca mais!

 

*Leia AQUI primeiro artigo dessa série de três reflexões!

 

Por Simone Lucca.