CA da Petrobrás terá reunião inédita dia 20 para debater causas dos acidentes nas refinarias

No próximo dia 20, o Conselho de Administração da Petrobrás vai ouvir e debater os relatos sobre as causas que levaram aos acidentes nas refinarias de Manaus (REMAN) e do Paraná (REPAR). A reunião inédita será realizada no âmbito do Comitê de Segurança, Meio Ambiente e Saúde, em atendimento à solicitação do representante dos trabalhadores no CA, José Maria Rangel. “Logo que fui informado sobre os acidentes, encaminhei solicitação para realização de reunião extraordinária do Comitê, com o claro objetivo de que todos os Conselheiros tomem conhecimento das causas dessas graves ocorrências, que por pouco não se transformaram em tragédias”, explica o conselheiro eleito.

As últimas semanas foram marcadas por acidentes em quatro refinarias (Repar, Reman, Reduc e Regap), refletindo a insegurança crônica que se alastrou por todo o Sistema Petrobrás, apesar dos constantes alertas e cobranças do movimento sindical por mudanças estruturais no SMS. No acidente da Reman, quatro trabalhadores foram gravemente feridos, sendo que dois seguem internados, mas sem risco de morte.

Na Repar, uma explosão na Unidade de Destilação interrompeu a produção da refinaria e, graças à atuação rápida dos trabalhadores, não se transformou em uma tragédia de grandes proporções. Os petroleiros aprovaram uma greve para pressionar os gestores a atenderem às reivindicações de segurança. No último dia 10, uma reunião na refinaria com a presença do coordenador da FUP, João Antônio de Moraes, tornou a cobrar a recomposição imediata dos efetivos e o atendimento das reivindicações de SMS feitas há tempos pelo Sindipetro-PR/SC.

 “Não nos convence separar a segurança da recomposição do efetivo. São intrinsecamente ligadas”, destacou o coordenador da FUP. Para ele, os acidentes já vinham sendo anunciados e previstos pelos trabalhadores. “Os dois sindicatos de petroleiros que mais relataram queixas sobre segurança à FUP foram os de Manaus e do Paraná e Santa Catarina. Não foi à toa que nessas bases aconteceram os recentes acidentes no Sistema Petrobrás”, ressaltou.