Meta de acabar com a pandemia estabelecida pela ONU até 2030 está ameaçada.
Um pacto firmado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2021, que definiu acabar com a pandemia de Aids até 2030 está ameaçado. De acordo com relatórios divulgados pela UNAIDS (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids) o principal motivo para o descumprimento da meta está na desigualdade social, que afasta as pessoas de maior vulnerabilidade social dos programas de prevenção, testagem e tratamento.
Estima-se que haja 40 milhões de pessoas vivendo com vírus no mundo. No Brasil, são cerca de 960 mil pessoas com HIV, das quais 27% ainda não recebem o tratamento antirretroviral. Em 2021, foram registrados 50 mil novos casos.
Os números globais de novas infecções pelo HIV diminuem a cada ano. Em 2010, foram em média 2,2 milhões, contra 1,5 milhão em 2021, uma queda de 32 %. Para a UNAIDS, embora ainda haja esta redução anualmente, o percentual de queda está cada vez menor. Caso as projeções se mantenham, haverá cerca de 1,2 milhão de novas infecções para 2025, três vezes a meta estabelecida para o ano que era de 370 mil.
Para tentar reduzir estes índices algumas propostas foram lançadas na campanha da UNAIDS de 2022 intitulada “Equidade já”, entre elas estão o aumento da testagem e prevenção do HIV, ampliação do tratamento e a implementação de leis que façam frente ao estigma sofrido por pessoas que convivem com HIV e Aids.
Atualmente, programas públicos de combate a Aids no Brasil estão ameaçados. O corte no orçamento do Ministério da Saúde para 2023 enviado pelo governo, em outubro deste ano, foi de R$ 3,3 bilhões e atinge diretamente a programas relacionados à saúde de pessoas com HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis.
Caso isso não seja revisto pela nova gestão eleita, tal retrocesso custará vidas, principalmente a dos mais vulneráveis, população que majoritariamente depende de uma saúde pública para fazer tratamento. Por isso, defender o SUS 100% estatal e políticas públicas eficientes são estratégias fundamentais na guerra contra a Aids.
Para detalhes sobre prevenção, diagnóstico e tratamento, acesse o site: https://www.gov.br/aids/pt-br/assuntos/hiv-aids
Dia 01 de Dezembro
O Dia Mundial de Combate à Aids nasceu em meio ao auge da pandemia do HIV, em 1987, com o apoio da ONU e da OMS. O objetivo era promover campanhas de conscientização em uma época que haviam poucos recursos para lutar contra a doença.
Desde então, muitos países aderiram à data e aqui não foi diferente. Além de criar campanhas, o 01 de dezembro no Brasil é um dia de prestar apoio às pessoas que convivem com o vírus HIV e lembrar daqueles que perderam suas vidas na luta contra a Aids.
Para além de manifestar apoio, a data tem o intuito de fomentar a construção de políticas públicas de saúde e educação em torno do tema. Os principais objetivos são viabilizar o atendimento especializado à população portadora do HIV e educar a sociedade sobre a necessidade da sua prevenção.
Por Juce Lopes