Neste sábado, 25 de novembro, é celebrado o “’Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres”, no qual se destaca a luta global contra uma realidade ainda persistente.
De acordo com a pesquisa “Visível e invisível”, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e o Instituto Datafolha, que aborda a vitimização de mulheres em 2022, houve um aumento em todas as formas de violência no último ano em comparação com a pesquisa anterior.
Gráfico retirado da pesquisa “Visível e invisível”
O estudo também mostra um aumento em todas as modalidades de assédio sexual. No ambiente de trabalho, cerca de 11,9 milhões de mulheres relataram terem recebido “cantadas” ou comentários desrespeitosos.
A pesquisa apresenta ainda uma contextualização sobre as possíveis causas desse crescimento, como o desfinanciamento das políticas de enfrentamento à violência contra a mulher por parte do Governo Federal nos últimos quatro anos; a pandemia de Covid-19, que comprometeu o funcionamento de serviços de acolhimento às mulheres em situação de violência; e a ação política de movimentos ultraconservadores, que se intensificaram na última década e elegeram, dentre outros temas, a igualdade de gênero como uma pauta a ser combatida.
No último ano, o Sindipetro PR e SC desenvolveu diversas ações em parceria com a FUP e o Coletivo de Mulheres Petroleiras para reafirmar o seu compromisso de combater as diversas formas de violência de gênero, que vão desde a violência física e emocional até formas mais sutis de discriminação.
Entres as ações, estão a campanha de combate à pobreza menstrual, que distribuiu de kits de higiene em escola pública; a palestra sobre a saúde mental da mulher, ministrada por uma psicóloga especializada; a campanha de conscientização e prevenção ao HIV , que promoveu um dia de testagem rápida e gratuita para HIV e outras ISTs; a criação do GT de Diversidade ; e o Primeiro Encontro Unitário de Mulheres Petroleiras da FUP e da FNP , que aprovou uma pauta conjunta de combate aos assédios sexual e moral, unificando luta contra a opressão da mulheres no ambiente de trabalho.
Neste ano, o Sindicato também elegeu a chapa “Reconstruir e Avançar”, que apresentou uma direção de representatividade plural e diversa, contando com a participação de 15 diretoras, o maior número de mulheres em sua história. Além disso, o Sindipetro PR e SC divulgou todas as campanhas do calendário de luta e distribuiu materiais de conscientização para toda a categoria.
No entanto, como mostram os dados, ainda há muito a ser feito. O fim da violência de gênero está atrelado à mudança do comportamento dos homens, herdado do machismo estrutural e do patriarcado. É preciso uma reflexão verdadeira sobre o assunto para assumir o compromisso coletivo de promover uma cultura de respeito e igualdade, construindo passos firmes em direção a uma sociedade mais justa e inclusiva para todos.
Las Mariposas
O dia 25 de novembro foi criado para homenagear as irmãs Minerva, Pátria e Maria Tereza Mirabal, ativistas que foram brutalmente assassinadas em 1960 por se oporem ao governo autoritário do ditador da República Dominicana, Rafael Leónidas Trujillo.
Conhecidas como “Las Mariposas”, as irmãs Mirabal tiveram a homenagem pleiteada em 1981 pelos movimentos feministas latino-americanos, que tinham como objetivo estabelecer uma data para fazer frente à violência machista. Anos mais tarde, em 1999, a ONU reconheceu o 25 de novembro como um dia de luta internacional contra a violência de gênero.
A data passou a fazer parte da campanha Mundial pelos Direitos Humanos das Mulheres, que desde 1991 promove 16 dias de ativismo sobre o tema e abre debates importantes, permitindo à sociedade refletir sobre o assunto e buscar soluções para o problema. No Brasil, a campanha é conhecida como ’21 Dias de Ativismo’, iniciando em 20/11, Dia da Consciência Negra, e encerrando em 10/12, Dia Mundial dos Direitos Humanos.
A campanha é um momento para lembrar e honrar as vítimas, fortalecer os esforços de prevenção e proteção, e promover a igualdade de gênero em todas as esferas da sociedade, visando um mundo onde todas as mulheres vivam sem medo de violência e possam exercer plenamente seus direitos e liberdades fundamentais.
O Sindipetro PR e SC apoia a data e está inserido na campanha dos 21 dias de conscientização contra o machismo. Minerva Mirabal, ao sofrer ameaças de morte, disse “se me matam, levantarei os braços do túmulo e serei mais forte”. Sejamos todas e todos a força dessa memória.
Por Juce Lopes