Sérgio Nobre se referiu aos atos golpistas organizados pelo presidente e disse que a mobilização dos progressistas foi histórica porque foi em defesa da democracia e deu o recado de que “basta de Bolsonaro”
Milhares de pessoas ocuparam às ruas de mais de 200 cidades no Brasil e no exterior neste 7 de Setembro pelo ‘fora, Bolsonaro’ e pelo 27º Grito dos Excluídos, mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) convocou atos com pauta golpista, como o fechamento do Supremo Tribunal Federal STF) e do Congresso Nacional.
Para o presidente Nacional da CUT, Sérgio Nobre, a mobilização dos progressistas foi histórica porque foi em defesa da democracia e deu o recado de que “basta de Bolsonaro”.
“Essa mobilização é histórica porque é em defesa da democracia, que para nós é fundamental, porque só na democracia a classe trabalhadora avança nos direitos e conquistas”, disse Sérgio Nobre, acresentando: “7 de Setembro é do povo e da democracia e isso ficou claro hoje”.
Só no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, mais de 50 mil pessoas se reuniram para pedir o impeachment de Bolsonaro, geração de emprego decente, combate a fome e a miséria, apesar da tentativa do governador João Doria (PSDB) de impedir o ato, justificando que os apoiadores de Bolsonaro fariam ato no mesmo dia e havia risco de confrontos. O ato golpista foi na Avenida Paulista, a 3 quilometros do centro.
Os organizadores do ato em São Paulo recorreram à Justiça e garatiram a realização do ato que é por um Brasil melhor e para todos, sem Bolsonaro porque o governo dele não está cuidando de nenhuma área de interesse do povo, como saúde, educação, economia.
“Se o Brasil tivesse um governo sério mais de 60% das mortes por Covid-19 poderiam ter sido evitadas e a fome não teria aumentado em nosso país”, disse Sérgio Nobre, reforçando os argumentos sobre a necessidade da realisação dos atos.
“Os atos deste 7 de Setembro foram para dizer que chega deste governo, que basta de Bolsonaro porque o povo não aguenta mais a continuidade do genocídio, do desmonte que ele tem promovido com as privatizações e do estado de exclusão social e da fome, que volta a atingir milhões de brasileiros”, pontuou o presidente nacional da CUT.
Solidariedade marca ato em São Paulo
Organizado pela CUT, centrais sindicais, movimentos sociais e populares e pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, o ato #7SForaBolsonaro na capital paulista também foi marcado pela Solidariedade à quem tem fome, a defesa da democracia, do emprego, inclusão social e o ‘Fora, Bolsonaro’.
E, ao contrário das ações da direita bolsonarista, que privilegiam o ódio e a intolerância, o ato da esquerda em São Paulo mostrou que solidariedade é fundamental. Aqui ninguém solta a mão de ninguém.
Durante o ato no Vale do Anhangabaú, foram distribuídas mais de 10 toneladas de alimentos da agricultura familiar, como arroz, feijão, legumes e frutas.
Lideranças dos movimentos sociais, populares e das centrais sindicais, além de parlamentares progressistas, também participaram da mobilização para arrecadar alimentos e para distribuir no centro da capital paulista.
“Hoje fizemos a distribuição para aqueles que têm fome e é isso que mostra a diferença dos nossos atos, pois estamos nas ruas combatendo a fome, o desalento e lutando por habitação para o povo brasileiro, defendendo a democracia e a soberania nacional”, afirmou o presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo, que também coordenou o ato na capital paulista.
Uma tenda foi montada pela Federação da Agricultura Familiar do Estado de São Paulo (FAF) e os sindicatos CUTistas da agricultura familiar, em parceria com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) para que alimentos orgânicos fossem distribuídos a famílias que enfrentam situação de extrema pobreza. As mais de 600 famílias, que perderam seus entes nesta pandemia, também foram homenageados.
Músicas e poemas foram parte dos momentos culturais do ato. Além dos gritos, muitas faixas e cartazes pediam o Fora Bolsonaro.
Próxima data de mobilização
O presidente Nacional da CUT também destacou a importância de tirar Bolsonaro para o país mudar de rumo e disse que no próximo dia 14 já tem mobilização marcada contra as privatizações e em defesa dos serviços públicos e contra privatizações, convocado pelos servidores e trabalhadores das empresas públicas.
“Dia 14 a luta não é só dos servidores e trabalhadores das empresas públicas, a luta é de todos”, afirmou Sérgio Nobre se referindo ao desmonte dos serviços públicos se a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 32, da reforma Administrativa, for aprovada pelo Congresso Nacional.
Escrito por: Érica Aragão
Edição Marize Muniz
Fotos: Roberto Parizotti (Sapão)