Protestos no dia de luta contra os acidentes de trabalho
Esta quinta-feira é o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes de Trabalho. Uma data de luta e reflexão sobre os milhões de trabalhadores que perderam suas vidas ou foram mutilados pelo modelo de sociedade capitalista, onde a ganância pelo lucro tem mais valor que a própria vida.
Mas é preciso lembrar os mortos para lutar pela vida. O Sindipetro Paraná e Santa Catarina realizou neste 28 de abril manifestações e panfletagens na maioria de suas bases de representação. Na Repar, em Araucária, houve atraso de uma hora na entrada do grupo de turno e do administrativo. Além de conscientizar a categoria sobre a importância da data, o Sindicato tratou de temas da pauta local de reivindicações que são relativos à segurança, como a urgente necessidade de recompor o efetivo mínimo de trabalhadores para a operação segura da unidade.
Os sindicalistas também abordaram a caótica situação do trânsito no entorno da Refinaria. “O simples fato de ir trabalhar, seja a pé, de ônibus ou mesmo de carro, coloca a vida das pessoas em risco, pois o trânsito nas imediações da Repar beira a insanidade. O pior é que nem o poder público, tampouco os gestores da Refinaria tomam alguma atitude para sanar o preocupante problema. Será preciso matar mais trabalhadores para que algo seja feito?”, indagou Silvaney Bernardi, presidente do Sindipetro Paraná e Santa Catarina. No ano passado um trabalhador das obras de ampliação foi atropelado no interior da Repar e não sobreviveu.
Nas demais bases houve, também nesta quinta-feira (28), panfletagens com material alusivo ao Dia em Memória das Vítimas de Acidentes de Trabalho.
As mortes na Petrobrás
A insegurança crônica no Sistema Petrobrás já causou a morte de 290 petroleiros, desde janeiro de 1995. Mais de 80% das vítimas (233) eram trabalhadores terceirizados. Mortes que a FUP e seus sindicatos jamais deixarão cair no esquecimento. A luta por mudanças estruturais na gestão e na política de SMS é uma constante, seja nos fóruns de negociação com a Petrobrás, seja nas mobilizações. O mesmo acontece em relação à recomposição dos efetivos, à primeirização das atividades permanentes e à defesa dos direitos dos trabalhadores terceirizados.
É com organização, unidade e muita luta que conseguiremos garantir condições seguras de trabalho para todos. Por isso, as denúncias de precarização, insegurança e riscos devem ser intensificadas pelos trabalhadores. O Direito de Recusa, por exemplo, foi conquistado após a greve de cinco dias em outubro de 2001 e deve ser exercido constantemente.
É inconcebível que a Petrobrás cresça e acumule recordes de produção e lucro às custas da saúde e da vida do trabalhador. Em nome de cada um dos 290 companheiros mortos em acidentes, exigimos um ambiente de trabalho seguro e decente e um basta imediato às mortes na empresa.
Com informações da FUP