Reunidos na segunda-feira, 03, no Rio de Janeiro, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus 12 sindicatos filiados aprovaram realizar no próximo dia 11 um Seminário Preparatório de Greve para traçar estratégias de controle e parada de produção nas unidades do Sistema Petrobrás. A avaliação dos dirigentes sindicais é de que a categoria precisa estar preparada para uma grande greve nacional, já que a Petrobrás e setores do governo federal estão resistentes em atender as principais reivindicações dos trabalhadores.
A partir desta terça-feira, 04, os sindicatos iniciam um calendário de assembléias nas bases operacionais e administrativas para que os petroleiros se posicionem sobre a decretação de estado de greve e a realização de uma mobilização nacional no próximo dia 19.
Após três rodadas de negociação com a Petrobrás, que teve início no dia 19 de setembro, os petroleiros ainda não receberam uma contraproposta da empresa. A pauta da categoria foi apresentada no dia primeiro de setembro e até agora a Petrobrás só concordou em antecipar a inflação dos últimos 12 meses (7,23%). Os trabalhadores reivindicam 10% de ganho real, condições dignas de saúde e segurança, aumento de efetivos, melhoria nos benefícios, igualdade de direitos para combater a precarização do trabalho terceirizado e fim das práticas antissindicais.
309 petroleiros mortos em acidentes de trabalho
A defesa da vida é o eixo principal da campanha reivindicatória dos petroleiros, cujo tema é “A vida, sim, é a nossa energia – Exploração, só de petróleo”. Este ano, 15 trabalhadores morreram em acidentes na Petrobrás. Somente em agosto, foram oito vítimas, num total de 309 desde 1995. Um número alarmante que reflete a insegurança crônica que vivem os trabalhadores da Petrobrás e subsidiárias, principalmente os terceirizados, que são as maiores vítimas de acidentes na empresa.
Luta conjunta com bancários e trabalhadores dos Correios
No dia 21 de setembro, petroleiros, bancários e trabalhadores dos Correios realizaram uma grande manifestação pública no centro do Rio de Janeiro, convocada pela CUT, que contou com a participação de cerca de três mil pessoas, inclusive militantes de outras categorias, estudantes e movimentos populares. O objetivo foi sensibilizar a população para as reivindicações das categorias em luta, principalmente no que diz respeito às condições de trabalho e aumento real de salários. A manifestação abriu oficialmente a campanha nacional dos petroleiros e reforçou a unidade com as demais categorias do setor público que estão em greve.