Laboratório em xeque!

Sindicato aponta problemas do setor e cobra soluções em reunião com gestores da Repar

Superada a resistência dos gestores da Repar em receber os dirigentes do Sindipetro Paraná e Santa Catarina para negociar a pauta local, chegava a hora de apontar os problemas percebidos pelos petroleiros e que foram comunicados ao Sindicato.

Na primeira reunião após a suspensão das negociações, o novo laboratório da Refinaria tomou boa parte da pauta por ser o setor onde mais foram encontradas irregularidades. O Sindicato questionou o porquê da mudança para a nova unidade sem a devida verificação e conformidade dos itens básicos de segurança e dos equipamentos necessários à atividade, mas não recebeu uma resposta convincente.

Por outro lado, boa parte das queixas apresentadas pelo Sindicato teve promessa, por parte da empresa, de solução em curto prazo. A maioria relacionada à segurança, exposição a agentes tóxicos, gestão de pessoas, treinamento e regularização de equipamentos.

Muitos pontos foram tratados durante a reunião. Porém, como as reivindicações e questionamentos eram numerosos, muitos ainda o Sindicato aguarda uma resposta formal ou ficaram para serem tratados em uma próxima reunião, o que não aconteceu até o momento.

Após a reunião com o Sindipetro algumas pendências receberam um pouco mais atenção dos gestores e uns pequenos passos foram dados, mas insuficientes para cumprir com as demandas. Em outras palavras, aconteceu um treinamento e uma palestra sobre o sistema de detecção de incêndio.

Desta forma, o Sindicato exige o acompanhamento do pessoal de Segurança Industrial do SMS durante a jornada de trabalho até que os problemas detectados no novo laboratório sejam resolvidos.

Como a relação com a Refinaria está muito longe de ser um “mar de flores”, também houve itens com pouco ou nenhum avanço. É o caso da exposição a vapores tóxicos dos trabalhadores terceirizados que atuam na limpeza de materiais. O Sindicato reivindica a primeirização desta atividade, uma vez que são os únicos funcionários de turno terceirizados e trata-se de uma função essencial ao sistema de especificação dos produtos. Os gestores da Repar se limitaram a verificar as causas da permanente exalação de vapores tóxicos nos sistemas de limpeza de materiais.

Outro exemplo da ironia da direção da Repar nas relações trabalhistas é o pseudo-esclarecimento do RH sobre a meta de “zero horas extras”. A explicação é que existe uma aceitabilidade de horas extras por cada setor, mas que de fato a meta é zero. Alegaram que o ideal é ter mão de obra suficiente para as atividades de cada setor. De tão absurda contradição, soa como provocação. Por que então resistem na reivindicação dos petroleiros em aumentar adequadamente o número do efetivo próprio? Vai entender…

O efetivo, assim como em todos os demais setores da Refinaria, também é um problema do laboratório. O atual número de trabalhadores próprios está muito aquém da demanda que será gerada com as novas unidades, cuja entrada em operação ocorrerá ao longo de 2012. Ainda na questão do efetivo, o laboratório carece de um supervisor em turno, função que está delegada a um técnico químico, mas sem a devida formalização.

Os percalços na negociação existem e não podem ser ignorados. Por outro lado, também não se deve minimizar os avanços da primeira negociação. A posição do Sindicato é de aguardar a resposta dos pontos não contemplados na reunião, cobrar o cumprimento dos prazos para a solução das pendências e ampliar pressão sobre os itens nos quais a empresa nega a negociação.