Os sindicatos concluíram nesta terça-feira, 25, as assembleias, onde os petroleiros se posicionaram favoráveis aos indicativos da FUP de rejeição da
Os sindicatos concluíram nesta terça-feira, 25, as assembleias, onde os petroleiros se posicionaram favoráveis aos indicativos da FUP de rejeição da atual proposta da Petrobrás e greve de 24 horas nesta quarta-feira, 26. A partir da meia noite de hoje, os petroleiros irão parar por 24 horas, em uma greve nacional de advertência que será realizada nas unidades operacionais e administrativas da Petrobrás e subsidiárias. Não haverá trocas de turnos nas refinarias, terminais, termoelétricas, usinas de biodiesel e áreas de produção terrestre. Nas plataformas marítimas, os trabalhadores suspenderão as emissões de Permissões de Trabalho e nos escritórios administrativos, a orientação é de que ninguém entre para trabalhar.
A greve de 24 horas foi indicada pela FUP para pressionar a Petrobrás a apresentar uma nova proposta que contemple as principais reivindicações dos petroleiros. O aumento proposto pela empresa no dia 19 (entre 0,9% e 1,2%), além de não atender o pleito dos trabalhadores, está aquém do que tem sido conquistado por outras categorias.
Estudo do Dieese baseado em 370 negociações coletivas do primeiro semestre deste ano apontou que 97% das categorias conquistaram reajustes que, em média, representaram 2,23% de aumento real acima do INPC. Segundo o Dieese, foi o melhor resultado das negociações salariais desde 1996.
A greve de 24 horas será de advertência. Na sexta-feira, 28, o Conselho Deliberativo da FUP volta a se reunir para discutir um calendário de luta mais contundente. Bancários e trabalhadores dos Correios já estão em greve em todo o país. Portanto, se a Petrobrás não apresentar uma nova proposta com avanços significativos, os petroleiros poderão ser a próxima categoria a cruzar os braços por tempo indeterminado.
Na Regap, greve já começou
Os trabalhadores da Refinaria Gabriel Passos, em Minas Gerais, decidiram em assembleia antecipar a greve para a tarde desta terça-feira, 25. Não houve substituição do grupo de turno que entrou às 07h30 desta manhã. A troca seria efetuada às 15h30, mas os trabalhadores decidiram iniciar a greve e não foi realizada a substituição. As demais bases de Minas Gerais (Termelétrica Aureliano Chaves e Usina de Biodiesel de Montes Claros) somam-se a greve a meia noite.
Unidade x divisionismo
Os sindicatos dissidentes estão chamando os trabalhadores de suas bases a somarem-se à greve nacional de 24 horas indicada pela FUP. Esperamos, sinceramente, que essas direções sindicais fortaleçam a greve nacional, buscando, de fato, a conquista de um acordo vitorioso. A categoria não pode continuar sendo vítima das manobras políticas dos divisionistas, como vem acontecendo nas últimas campanhas. Não é a primeira vez que os sindicatos dissidentes somam-se ao calendário da FUP, defendendo a unidade, para depois, no fechamento da campanha, nos acusarem de traição e peleguismo, como justificativa para os seus fracassos. Foi assim, por exemplo, que agiram na greve de cinco dias, em março de 2009. Ou seja, pregam a unidade, porque estão sempre a reboque dos calendários da FUP. Esperamos que desta vez, estejamos, de fato, todos juntos na luta, com respeito às diferenças, e que os divisionistas mostrem na prática que a unidade não é um discurso vazio e oportunista.