Petroleiros protestam por segurança e exigem o fim dos acidentes

Três mortes em menos de 15 dias, 12 no ano e 323 vítimas desde 1995. Este balanço sinistro dos acidentes no Sistema Petrobrás despertou a fúria da cat

Três mortes em menos de 15 dias, 12 no ano e 323 vítimas desde 1995. Este balanço sinistro dos acidentes no Sistema Petrobrás despertou a fúria da categoria petroleira, que realizou protestos em todo o país nesta sexta-feira (09). As mobilizações foram convocadas pela FUP e exigiram o fim da rotina sangrenta de acidentes e doenças que matam, mutilam e incapacitam dezenas de trabalhadores a cada ano.
A chuva impossibilitou a realização de atraso na entrada do turno e no expediente da Repar, mesmo assim os dirigentes do Sindipetro Paraná e Santa Catarina distribuíram um panfleto com informações sobre o cenário de insegurança na companhia e a falta de vontade política dos gestores da Petrobrás em construir um novo modelo de SMS que faça as mudanças estruturais necessárias para evitar os acidentes. O mesmo material foi distribuído nos terminais terrestres e aquaviários da Transpetro.
Na Usina do Xisto, em São Mateus do Sul, o Sindicato atrasou em uma hora o expediente e promoveu o debate sobre segurança com os petroleiros. Durante o protesto foi encaminhada a sugestão de realização de uma Audiência Pública entre a FUP, Ministério do Trabalho, Petrobrás e Ministério Público do Trabalho (MPT) para a discussão aprofundada sobre o problema crônico dos acidentes na companhia. Para o diretor do Sindipetro, Rui Rossetim, o problema não é apenas de SMS. “O pano de fundo é a terceirização, que envolve duas dimensões, o modelo perverso das contratações de mão de obra terceirizada e a postura passiva dos sindicatos que representam esses trabalhadores diante dos acidentes”, apontou.
O último acidente que matou mais um trabalhador comprova as afirmações de Rossetim. No dia 30 de outubro o caldeireiro Sérgio Henrique de Faria Bandeira, da empresa Manserv, que prestava serviços para a Petrobrás na Revap, em São José dos Campos, foi vítima da política de (in)segurança da empresa, que opta pela terceirização de seus riscos ao invés de investir em melhorias nas condições de trabalho e recomposição do efetivo próprio. Enquanto a Petrobrás insistir nessa política que prioriza o lucro ao custo de vidas, os acidentes fatais continuarão sendo a trágica rotina da empresa.