Petroleiros de Paranaguá param em solidariedade aos vagoneiros

Nesta quarta-feira (21), os petroleiros do Terminal Aquaviário da Transpetro atrasaram em duas horas a entrada dos três turnos do dia em solidariedade

A insistência da Manserv em extinguir o quinto grupo de turno de revezamento ininterrupto dos vagoneiros de Paranaguá teve resposta à altura. Nesta quarta-feira (21), os petroleiros do Terminal Aquaviário da Transpetro atrasaram em duas horas a entrada dos três turnos do dia em solidariedade à luta dos terceirizados.

A empresa terceirizada insiste em tentar enfiar goela abaixo dos vagoneiros um acordo para acabar com o turno, mas na verdade é uma “cama de gato”. A redução do número de grupos tem na sua essência a ampliação da exploração dos trabalhadores. Com os cinco grupos, a regra básica é de três dias de trabalho para dois de folga. Já com uma turma a menos serão, em média, seis dias trabalhados para somente dois de descanso.

As práticas utilizadas pela Manserv para tentar convencer os vagoneiros a aceitarem a redução começaram com propostas veladas de aumento nos salários dos que ficarem. A negativa dos vagoneiros veio acompanhada da truculência patronal. Durante uma mobilização, o representante da terceirizada interviu e disse que acaso os trabalhadores não aceitassem a proposta, todos seriam demitidos. Além de caracterizar assédio moral, a ameaça do gerentão mostra a falta de respeito da Manserv com os vagoneiros. Os trabalhadores já fizeram várias manifestações para deixar claro que não aceitam a proposta, mas a empresa não quer abrir mão. No fundo de toda essa insistência está a ganância da Manserv em querer aumentar seus lucros, diminuindo o número de funcionários e sobrecarregando ainda mais o trabalho dos vagoneiros.

A Transpetro, por sua vez, tenta se passar por coadjuvante em toda essa história. Se fosse agir em consonância com seu discurso de empresa socialmente responsável, deveria retaliar a proposta da Manserv, até mesmo para garantir a qualidade do serviço prestado. Infelizmente age de modo contrário, talvez de olho em um contrato futuro de menor valor monetário, mas com imenso prejuízo aos trabalhadores terceirizados.