Petroquímicos: Proposta da Vale é recusada em assembleia

Resultado da votação reflete a revolta dos trabalhadores quanto as condições apresentadas pela empresa.

No dia 03 de dezembro ocorreu, na sede do Sindiquímica-PR, a Assembleia Geral Extraordinária que analisou a proposta da Vale e decidiu por sua recusa através de votação entre os participantes.
Na Assembleia foram analisados todos os pontos da proposta para renovação do Acordo Coletivo de Trabalho 2012/2013 com vigência de 01 de novembro de 2012 a 31 de outubro de 2013 – apresentada pela Vale em negociações do dia 21 de novembro.
Dentre os principais pontos, a proposta prevê o reajuste salarial de 7,8% – que representa um aumento real de 1,3%, abaixo da média de 2,3% que outras categorias têm obtido, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos-Dieese –, reajuste do piso salarial de 7,8% – enquanto para as demais unidades de fertilizante da Vale foi proposto 9,5% – e cesta básica no valor de R$ 100,00 – enquanto para as outras unidades a proposta foi de R$ 200,00.
Além disso, a empresa não apresentou as metas do Programa de Participação de Lucros e Resultados (PLR), e, sendo assim, os trabalhadores não têm a dimensão das perdas que podem ter neste ano. De acordo com a diretoria do Sindiquímica-PR, a empresa informou – ainda que sem confirmação – que a participação de lucro dos trabalhadores seria de 1,67 enquanto a negociação havia sido em torno de seis salários, representando assim uma grande perda de massa salarial para a categoria.
Um dos principais fatores de indignação da categoria é a ausência de negociação por parte da mineradora, que nas quatro rodadas de realizadas enviou um negociador sem autonomia de tomada de decisões nem tampouco de discussões, que apenas apresentou a proposta sem seque debatê-la.
Como resultado da votação, apenas duas pessoas foram a favor da aceitação da proposta da empresa, contra 152 votos contrários e quatro abstenções. Diante disso, o sindicato pretende conseguir dar início a uma efetiva negociação com a empresa.
Para o diretor do Sindiquímica-PR Paulo Roberto Fier, o resultado da votação reflete a revolta dos trabalhadores quanto as condições apresentadas pela empresa.
“Diante do resultado, ficou visível que não é apenas o sindicato que não aceita esse tipo de imposição, a categoria de fato demonstrou que a empresa precisa rever sua postura e avançar neste acordo”.

Fonte: Sindiquímica-PR