Sindipetro PR e SC distribuiu brindes e revista sobre a organização das mulheres petroleiras
“Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres”. A frase da célebre militante polonesa de esquerda, filósofa e economista marxista Rosa Luxemburgo ilustra os cordões para crachás que o Sindicato distribuiu às mulheres petroleiras nesta sexta-feira (08).
Dirigentes entregaram o brinde em homenagem ao Dia Internacional da Mulher e a Revista Especial sobre o 1º Encontro Sul de Mulheres em todas as unidades de representação do Sindipetro Paraná e Santa Catarina.
Para Anacélie Azevedo, diretora do Sindipetro, a ação tem o objetivo de estreitar os laços entre as mulheres petroleiras e o Sindicato. “Na atual gestão percebemos a necessidade de ampliar a organização sindical das mulheres petroleiras do Paraná e Santa Catarina. Em outubro do ano passado realizamos, em parceria com o Sindipetro Rio Grande do Sul, o 1º Encontro Sul de Mulheres Petroleiras, o qual contou com mais de 40 participantes e apontou, entre outros, para a construção de pautas reivindicatórias exclusivas das mulheres que tenham a finalidade de promover a igualdade entre os gêneros dentro da Petrobrás e também na sociedade. Nossa ação neste 8 de março demonstra que o Sindicato quer aumentar a participação e a organização das mulheres petroleiras”.
Ainda de acordo com Anacélie, a frase de Rosa Luxemburgo nos cordões para crachás deve servir inspiração para as petroleiras nas suas rotinas de trabalho e estimular a luta diária por uma sociedade mais igualitária.
História do Dia Internacional da Mulher
As comemorações do 8 de março estão mundialmente vinculadas às reivindicações femininas por melhores condições de trabalho, por uma vida mais digna e sociedades mais justas e igualitárias. Essa luta é antiga e contou com a força de inúmeras mulheres que nos vários momentos da história da humanidade resistiram ao machismo e à discriminação.
É a partir da Revolução francesa, em 1789, que as mulheres passam a atuar na sociedade de forma mais incisiva, reivindicando a melhoria das condições de vida e trabalho, a participação na política, o acesso à educação a igualdade de direitos entre os sexos.
É nessa época que surge o nome da francesa Olympe de Gouges, uma defensora da democracia e dos direitos das mulheres. Na sua Declaração dos direitos das mulheres e da cidadã (em francês: Déclaration des droits de la femme et de la citoyenne), de setembro de 1791, desafiou a conduta injusta da autoridade masculina e da relação homem-mulher que expressou-se na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão durante a Revolução Francesa. Devido aos escritos e atitudes pioneiras, foi guilhotinada em 3 de março de 1793, na Praça da Revolução, em Paris. Nesse mesmo ano, as associações femininas foram proibidas na França.
Revolução Industrial
Na Segunda metade do século XVIII, as grandes transformações ocorridas no processo produtivo e que resultaram na Revolução Industrial, trouxeram consigo uma série de reivindicações até então inexistentes. A absorção do trabalho feminino pelas indústrias, como forma de baratear os salários, inseriu definitivamente a mulher no mundo da produção. Ela passou a ser obrigada a conviver com jornadas de trabalho que chegavam a 17 horas diárias, em condições insalubres, submetidas a espancamentos e ameaças sexuais constantes, além de receber salários que chegavam a ser 60% menores que os dos homens.
Luta Operária
Não tardaram a surgir na Europa e nos Estados Unidos manifestações operárias contrárias ao terrível cotidiano vivenciado. Os enfrentamentos com o patronato e a polícia se tornaram cada vez mais frequentes. A redução da jornada de trabalho passou a ser a grande bandeira dos trabalhadores industriais.
Foi no bojo das manifestações pela redução da jornada de trabalho que tecelãs da Fábrica de Tecidos Cotton, em Nova Iorque, cruzaram os braços e paralisaram os trabalhos pelo direito a uma jornada de 10 horas, na primeira greve norte-americana conduzida unicamente por mulheres. Violentamente reprimidas pela polícia, as operárias, acuadas, refugiaram-se nas dependências da fábrica. No dia 8 de março de 1857, os patrões e a polícia trancaram as portas da fábrica e atearam fogo. Tal brutalidade resultou na morte de mais de cem mulheres.
Durante a II Conferência Internacional de Mulheres, realizada em 1910 na Dinamarca, Clara Zetkin, ativista feminista alemã, propôs que o 8 de março fosse declarado como o Dia Internacional da Mulher, homenageando as tecelãs de Nova Iorque. Em 1911, mais de um milhão de mulheres se manifestaram na Europa. A partir de então, a data começou a ser comemorada no mundo inteiro.