BLOCO VERMELHO NA RUA

BLOCO VERMELHO NA RUA

Mesmo a chuva e a temperatura que girou em torno de 6º não foram suficientes para impedir que milhares de trabalhadores, trabalhadoras e militantes dos movimentos sociais ocupassem as ruas de Curitiba nesta quinta-feira (20). Eles pediam a redução da tarifa do transporte público,  da jornada de trabalho e a exclusão do Projeto de LEi 4330/04, de autoria do deputado Sandro Mabel, que escancara as terceirizações no País. 

O bloco iniciou sua concentração na Praça Zacarias, seguiu até a Boca Maldita de onde partiu em marcha para o Centro Cívico, onde se dispersou. Todo o trajeto do grupo foi marcado por protestos e manifestações pacíficas. “Infelizmente, após a dispersão um pequeno grupo iniciou atos de vandalismo e confronto com a polícia. Mas isso não mancha, de forma alguma, nossa manifestação que foi pacífica”, avalia a presidenta da CUT-PR, Regina Cruz. 

De acordo com ela, a Central está inserida no movimento pela redução da tarifa pública desde o seu início. “Mesmo quando eram 30 pessoas reunidas, a Central estava lá atendendo os anseios da classe trabalhadora”, recorda. “Mas queremos, além desta redução, que a pauta dos trabalhadores e trabalhadoras seja respeitada. Queremos a redução da jornada de trabalho de 44 para horas 40 horas semanais. Além da retirada de pauta do PL da terceirização, que prejudica toda a classe trabalhadora, vão ser todos terceirizados. Se o Governo Beto Richa e qualquer prefeitura quiser terceirizar todos os funcionários, vai poder, assim como as empresas. Nós das centrais apoiamos a retirada do PL da pauta. A juventude de hoje será a classe trabalhadora de amanhã”, enfatizou.

 

O coordenador da Plenária Popular do Transporte, André Machado, destacou a necessidade de avançar nas pautas da classe trabalhadora. “Mas os problemas dos trabalhadores e trabalhadores devem ser centrais na mobilização. A reforma agrária, a jornada de trabalho, a auditoria da dívida pública. Não queremos mais dinheiro para banqueiros neste País”, enfatizou.  

Outras demandas – Em meio aos manifestantes bandeiras vermelhas, do Brasil, máscaras de filmes e muitos cartazes.  Cada um com uma demanda diferente. Taxistas pedindo a liberação de novas concessões, manifestantes querendo melhorias na saúde e educação e o fim da corrupção.

O deputado Pastor Marco Feliciano, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, foi um dos alvos preferidos durante a manifestação. Marcado por suas posições homofóbicas e segregacionistas, teve sua atuação questionada pelos manifestantes, que pediram seu afastamento da Câmara dos Deputados. 

Contudo, em meio as livres manifestações, em determinados momentos a democracia teve de lutar por espaço contra a intolerância. Pequenos grupos pediam a retirada de materiais com identificação de partidos políticos e, em menor número, também de sindicatos e centrais. 

“Foi o dia de levar a luta para a rua. Um estado democrático é onde todos podem falar e o contrário disso não é democracia”, alertou a secretária executiva da APP Sindicato, Elizamara Goulart.

Redução – Durante a tarde desta quinta-feira (20), antes mesmo do início das manifestações, o prefeito Gustavo Fruet convocou uma entrevista coletiva para anunciar a redução da tarifa do transporte público em quinze centavos. Contudo, mesmo com a medida administrativa do executivo, os manifestantes foram às ruas. 

“Nós conseguimos levar a prefeitura a baixar a tarifa de R$ 2,75 para R$ 2,60. Isso só foi possível porque tínhamos mobilização na rua. Tudo são escolhas políticas. Por isso é possível avançarmos mais”, disse André Machado, da Plenária Popular do Transporte.

 

Fonte: CUT-PR