O presidente do Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro PR/SC),Mário Dal Zot, ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa de Santa Catarina na manhã desta quinta-feira (5) para convidar a população catarinense a participar do ato nacional marcado para o dia 13 de março em defesa da Petrobras e da reforma política. A suspensão da sessão ordinária para o pronunciamento foi requerida pela deputada Luciane Carminatti (PT), iniciativa apoiada por diversos líderes partidários.
Dal Zot afirmou que o apoio à Petrobras assumido pelo sindicato não representa incoerência. “Defender a Petrobras é defender o Brasil. Chamamos greve por melhores condições de trabalho e salariais, mas muitas vezes é para defender a empresa”, enfatizou. O presidente da Sindipetro PR/SC exemplificou que a greve de 1995 colaborou para impedir a privatização da Petrobras. “A maior greve que fizemos, de 32 dias, evitou que nos transformássemos em uma Vale do Rio Doce. No momento em que estavam sucateando bastante a empresa, seguramos a privatização da Petrobras.”
O líder sindical ressaltou que é necessário enaltecer a importância da companhia para o desenvolvimento do Brasil. “Nessa época de tantas notícias negativas relacionadas à empresa, está na hora de dizer que ela não está quebrada, inclusive tem batido recordes sucessivos e nos índices de resultados. Lucra mais de 2 bilhões de reais por mês e investe mais de 300 milhões de reais por dia”, falou. Conforme Dal Zot, a Petrobras se tornou, recentemente, a maior produtora mundial de petróleo de todas as empresas de capital aberto. “Isso não foi notícia em nenhum grande jornal desse país, um fato que é motivo de orgulho para o Brasil e para nós, trabalhadores da Petrobras.”
Na tribuna, Dal Zot também manifestou sua preocupação devido ao anúncio de revisão do plano de desinvestimento da companhia. “Estamos vendo isso acontecer em Itajaí. Algumas empresas de estaleiros já estão com problemas de receber repasses da Petrobras. Pode gerar desemprego e isso nos preocupa muito.”
Em relação à Operação Lava Jato, o presidente do sindicato exigiu seriedade nas investigações dos casos de corrupção e a punição dos culpados. “Temos visto muitas vezes o bandido confesso se tornando herói, sendo solto, sem nenhum bloqueio de bens.
Enquanto isso, bloqueiam repasses da Petrobras para algumas empresas. O primeiro corte feito é nos salários e benefícios dos trabalhadores”, disse Dal Zot. “Damos apoio no combate à impunidade, mas sem inviabilizar a Petrobras e as empresas que prestam serviços para a companhia”, acrescentou.
Na opinião do líder sindical, a reforma política, com a proibição do financiamento privado de campanhas eleitorais, é uma maneira de contribuir no combate à corrupção no país.
Repercussão
O deputado Dirceu Dresch (PT) elogiou a postura do Sindipetro PR/SC em defesa da Petrobras e dos trabalhadores. “Parabenizo pela seriedade com que o sindicato tem tratado o tema e o papel que sempre cumpriu, como foi a greve em 1995, para não deixar privatizar a empresa e nem sucateá-la”, ressaltou. “É preciso avançar na apuração da corrupção, mas não pode prejudicar a empresa e os trabalhadores”, complementou.
Já o deputado Leonel Pavan (PSDB) comentou o artigo da jornalista Eliane Cantanhêde publicado na quarta-feira (4) no jornal “Estadão”. O parlamentar destacou o trecho em que a autora escreve que a Petrobras “anuncia a venda de 39 bilhões de reais em ativos para tentar amortizar uma dívida que vai crescendo e se tornando impagável.” Segundo Pavan, “infelizmente a Petrobras está sendo encaminhada para a privatização, quando se vendem os ativos da empresa, o que está fazendo o atual governo.”
Por Ludmilla Gadotti
Agência Alesc