A história de luta dos petroleiros brasileiros sempre esteve ligada à defesa da democracia, da soberania e dos direitos sociais. Nossa luta não é de hoje. Resistimos ao golpe civil-militar que derrubou João Goulart em 1964, fizemos greves contra a ditadura, lutamos pela redemocratização, enfrentamos o neoliberalismo e todas as políticas privatistas e de ataques à classe trabalhadora.
Em todos esses momentos, o petróleo esteve no centro das disputas políticas e a categoria petroleira, nas linhas de frente de resistência, enfrentando os entreguistas.
E novamente a história se repete. O estado permanente de golpismo que paralisa o país desde a reeleição da presidente Dilma Rousseff foi gestado pelos mesmos setores que há décadas tentam tomar o petróleo do povo brasileiro.
O uso indevido do recurso do impeachment para tentar afastar sem qualquer fundamento jurídico uma presidente eleita por 54 milhões de votos é um golpe com objetivos muito claros: reconduzir a classe empresarial ao comando do Estado brasileiro.
Não temos dúvidas de que os golpistas têm como principal motivação garantir o controle sobre o Pré-Sal e a Petrobrás.
O golpe, portanto, não é contra um governo legitimamente eleito. O golpe é contra a democracia, é contra a soberania e contra as conquistas do povo brasileiro.
O programa apresentado pelos conspiradores que tentam tomar o poder na marra, a chamada Ponte para o Futuro, é um túnel para o passado. Um retrocesso que significará o aniquilamento dos direitos trabalhistas e sociais conquistados a duras penas pelo povo brasileiro.
O que estamos vivendo, portanto, é uma luta de classes que se acirra a cada momento, seja através da criminalização dos sindicatos, dos movimentos sociais, das organizações de esquerda e dos democratas, seja pelos ataques aos direitos trabalhistas mais básicos.
A categoria petroleira sabe que lado ocupa nessa batalha. Nós já estamos nas ruas há muito tempo lutando contra o retrocesso e seguiremos mobilizados, pois os que querem derrubar a presidente da República são os mesmos que querem privatizar a Petrobrás e entregar o Pré-Sal às multinacionais.
Em defesa da democracia, da soberania e dos direitos sociais, não permitiremos que o golpe se concretize.
Essa luta é permanente e não se encerrará após a votação do impeachment. Qualquer que seja o resultado, continuaremos nas ruas para impedir o retrocesso e barrar os entreguistas.
Fonte: FUP