Na manhã de hoje (17), um trabalhador terceirizado da empresa MANSERV foi vítima fatal de um acidente na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen-PR). O funcionário sofreu uma queda de uma altura de aproximadamente 9 metros durante a manutenção na unidade.
Para a diretoria do Sindiquímica-PR, essa foi uma das consequências das práticas adotadas pelas últimas gerências da Fafen-PR, que praticaram assédio moral e pressão sobre os trabalhadores – sujeitos a uma rotina estressante e até a punições, em caso de acidentes.
Em vez de se resolver a raiz dos problemas, investindo no aumento do quadro de trabalhadores, para o fim de terceirizações e políticas de segurança, as ingerências da Petrobrás na unidade perpetuaram e até reforçaram as práticas de assédio, de violências e o risco de acidentes aos trabalhadores.
Novamente, percebe-se como a terceirização é danosa, pois a vítima estava há muitos anos lotada na Fafen-PR como terceiro, sem nenhum amparo de segurança. Como de costume, a produtividade foi colocada acima da vida, tirando, de mais um trabalhador, o direito de viver. “O dia a dia dentro da Fafen-PR é de tensão, pois os trabalhadores são pressionados o tempo todo. Para os terceirizados, o problema é ainda mais greve, pois sofrem com mais assédio moral e menos condições de segurança para realização das suas atividades. É uma política de punição, ao invés de soluções, onde inclusive recentemente um trabalhador sofreu um acidente e ainda foi advertido pela gerência”, conta o diretor do Sindiquímica-PR e secretário da Saúde da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Gerson Luiz Castellano.
Por mais contraditório que seja, o gerente da Fafen-PR deixou o cargo recentemente para assumir a Política de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS) da Petrobrás. “A gente fica assustado, porque é esse gerente que está à frente das políticas de segurança da empresa. A vida é muito preciosa para que alguns gestores brinquem com ela”, afirma Castellano.
O Sindiquímica-PR e a FUP cobrarão para que seja realizada uma investigação séria, a fim de descobrir os reais motivos desse acidente. Este foi o primeiro acidente fatal em 34 anos de operação da unidade. As entidades também, neste momento, se solidarizam à família da vítima e esperam que a empresa não tente se isentar da responsabilidade sobre o acidente, como um dos gerentes já tentou fazer hoje pela manhã.
Ato
Amanhã (18), às 6h30, o Sindiquímica-PR, o Sindicato dos Petroleiros do Paraná e de Santa Catarina (Sindipetro PR/SC), e o Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Montagem, Manutenção e Prestação de Serviços (Sindmont) realizarão um ato em frente à Fafen-PR, como forma de indignação e revolta com o ocorrido. Os trabalhadores estão convocados para se juntar à mobilização, como forma de pressão para a prevenção dos acidentes nas unidades da Petrobrás.