Brigada de incêndio da Repar em pauta

Trabalhadores da Repar constroem pauta sobre a EOR. Ainda dá tempo de enviar suas sugestões ao e-mail faleconosco@sindipetroprsc.org.br

Nos anos 90 era alta a frequência de situações de emergência na Petrobras, muitas exigiam combate a incêndios. Como demonstrado pela memória da tragédia na plataforma P-36, em 2001, assim como em diversos outros acidentes dentro da Petrobrás e em outras empresas petrolíferas, os primeiros a morrer são os brigadistas.

 

Entre 2000 e 2010, a empresa realizava o REVAMP (renovação) e manutenções que propiciaram a estabilidade das unidades operacionais, consequentemente diminuindo a frequência e o grau das emergências.

 

Na Repar já ocorreram várias mesas de negociação sobre o assunto. Após 2010, o debate tem se aprofundado. Observa-se um movimento da empresa no sentido da redução das manutenções industriais. Tal constatação, somada ao fato de trabalhadores mais experientes terem saído da empresa, aumentou a insegurança com relação à Equipe Organizacional de Resposta (EOR).  

 

Em 2013, houve um enfrentamento mais crítico por conta do acidente na U-2100, no qual houve explosão por conta de rompimento de uma tubulação nas proximidades da bomba de carga para os fornos. Naquele acidente, os operadores combateram o fogo por várias horas. Logo depois foi feito um levantando que apontou uma série de condições inseguras ocorridas. Naquele momento, além de atuar na pauta das questões de estrutura e manutenção da ocorrência, o Sindipetro PR e SC trabalhou no sentido de negociar a solução dos problemas da EOR. Porém, a empresa não demonstrou vontade política de corrigir os problemas e propiciar as condições para a garantia da segurança de atuação da EOR. Ao invés disso, prefere apostar na sorte como elemento básico de segurança.

 

De lá para cá, cada vez mais os trabalhadores relatam sobre questões relacionadas à EOR. Outras mesas foram realizadas para tratar pontualmente desses problemas, muitas vezes com pequenas ou paliativas soluções. Entretanto, o maior agravamento do tema foi a modificações do efetivo realizado através do O&M (Organização e Método), que causou muito impacto sobre a atividade da EOR.

 

O estudo reduziu os postos de trabalho, ocasionando na diminuição do número de trabalhadores nas áreas e painéis. O impacto desta redução é maior ainda nas situações de emergência. Dessa forma, foram diminuídas as possibilidades de controle das intervenções necessárias para diminuir os efeitos nas emergências. Um método precário, que inclusive está sendo discutido via ação realizada pelo Sindipetro junto ao Ministério Público, construído ‘nas coxas’ para justificar a falta de efetivo ocasionado pelos PIDV’s realizados pela Petrobrás de forma irresponsável.

 

Em junho e julho de 2017, os trabalhadores da Repar realizaram mobilização sobre a redução do efetivo com a renúncia coletiva da composição voluntária à EOR. A renúncia se deu com base de subsídio técnico muito preciso, que tem como base o aumento do grau de insegurança diante da mudança de efetivo que agrava as atividades da EOR.  

 

Em novembro o Sindipetro realizou reunião especifica com a base sobre o tema da EOR, que levou a composição de uma pauta (disponível abaixo).

 

Diante do exposto, o Sindicato solicita que os trabalhadores da Repar reflitam sobre a pauta e apontem sugestões. As ideias podem ser enviadas ao e-mail faleconosco@sindipetroprsc.org.br.

 

Pauta dos petroleiros da Repar sobre a EOR:

 

1 – Esclarecimentos sobre adesão involuntária à composição da EOR da Repar, descumprindo item 20.14.7 da NR20;

 

2 – Cópia do estudo e Gestão de Mudanças que analisou os impactos do Organização e Método (O&M) na atuação da EOR por posto de trabalho. Solicitamos reuniões específicas por setor para discutir os documentos e as mudanças que impactaram na EOR;

 

3 – Apresentação detalhada com os nomes das pessoas que compõe a EOR, conforme padrão específico, inclusive das coordenações e outras áreas de apoio, dos 5 grupos e administrativo, titulares e suplentes;

a) E no caso de ausência de titular e suplente, como a empresa realiza a substituição do responsável por atender a EOR?

b) Quais foram os critérios para a composição da EOR (quantidade por setor e individualmente)?

 

4 – Com relação aos treinamentos, solicitamos apresentação do detalhamento e cópia dos procedimentos e outros documentos relevantes para as funções da EOR e apoios, assim como a periodicidade de realização dos mesmos. Sendo as seguintes:

a) Treinamento para Primeiro Combate no seu local de trabalho específico por atividade Operação/Laboratório/Manutenção/Inspeção;

b) Treinamento de combate ao fogo (NR20) para brigadistas;

c) Treinamentos específicos para Técnico de Segurança;

d) Treinamentos específicos para Técnicos de Enfermagem;

e) Treinamentos específicos para Engenheiro de Segurança;

f) Treinamentos específicos para Técnicos/Engenheiros que atuam no Meio Ambiente;

g) Treinamento para equipe de ADM que compõe a brigada;

h) Treinamentos de proteção respiratória;

i) Treinamentos de resgate de vítimas;

j) Treinamentos de primeiros socorros;

k) Treinamento de condução de barcos;

l) Treinamento de condução de viaturas;

m)Treinamento e condição operacional do Parque de Bombas;

 

5 – Lista com nomes dos brigadistas e dos apoios à EOR com a relação dos cursos realizados, com datas de realização e/ou previsão;

 

6 – Certificação de aptidão à EOR;

 

7 – Que o treinamento da Brigada para titulares e suplentes, (rotina 35 dias no CTCI) seja realizado nas quartas-feiras às 13h, com a entrada antecipada do grupo das 15h30minutos para garantir a rendição e cobertura da ausência durante o treinamento;

 

8 – Procedimento de Resposta Operacional (PRO) e Procedimento de Resposta a Emergência (PRE):

a) Solicitamos relação por setor (UT, DH, DCCF, COQUE, HRC e TE) dos PROs com número do procedimento, título, e se foi monitorado via O&M (listar o código das 3 planilhas);

b) Solicitamos relação por setor (UT, DH, DCCF, COQUE, HRC e TE) dos PRE com número do procedimento, título, e se foi monitorado via O&M (listar o código das 3 planilhas);

 

9 – O que a empresa entende por primeiro combate? Existe procedimento que descreve a atuação realizada pela operação no primeiro combate em equipamentos do setor;

 

10 – Solicitamos entrega de procedimento e entendimento da empresa sobre as categorias de emergência;

 

11 – Com relação aos Simulados com base nos cenários críticos, solicitamos:

a) A descrição do cenário crítico e a data de realização ou que pretende realizar de cada unidade operacional:

• Utilidades

• Transferência e Estocagem

• Barragem

•DH

• DCCF

• HRC

• COQUE

b) Solicitamos análises críticas específicas sobre cenários de emergência com gases tóxicos (Cloro, CO, Amônia, H2S, Nitrogênio, etc);

c) Detalhamento do modelo de organização dos simulados e cópia dos procedimentos;

d) Que o planejamento seja realizado por grupo diferente do que realizará o simulado;

e) Apresentação do cronograma dos futuros simulados;

f) Apresentação e entrega de cópia dos relatórios dos simulados dos últimos 2 anos;

g) Apresentação dos planos de ação previstos e realizados para atendimento das melhorias propostas após os simulados;

h) Que os simulados sejam acompanhados de membro da CIPA eleito e Dirigente do Sindicato;

 

12 – Detalhamento sobre o modelo de avaliação psicológica (protocolo) e periodicidade de realização para trabalhadores que compõem a EOR;

 

13 – Detalhamento sobre o modelo de avaliação física (protocolo) e periodicidade de realização para trabalhadores que compõem a EOR;

 

14 – Relação dos trabalhadores que compõem a EOR e que utilizam o PCF (plano de condicionamento físico);

 

15 – Com relação aos EPI’s, exigimos que os EPI (Equipamentos de Proteção Individual) para atividade da EOR sejam estabelecidos em bolsa especifica e individual;

Solicitamos:

a) Lista dos trabalhadores que compõe a EOR por grupo com o tamanho do uniforme e o numero do calçado;

b) EPIs em tamanhos pequeno e grandes;

c) Detalhamento de todos os EPI’s existentes para a atividade de EOR;

d) Apresentação de treinamento sobre EPI’s e sua ampla divulgação para todos e todas brigadistas: realizado x previsto;

 

16 – Com relação à PA (Proteção Autônoma), solicitamos:

a) A empresa deve disponibilizar o numero de PA suficientes para atendimento de emergências prolongadas. Viabilizar a sistemática de reposição das PAs usadas em combate.

b) Apresentar lista de PA e localização;

c) Que os problemas no compressor de carregamento de ar respirável das PA sejam sanados imediatamente (TH dos cilindros das cascatas).

 

17 – Com relação aos materiais de apoio à EOR que apresentam problemas, solicitamos solução imediata:

a) Carros de apoio para translado dos brigadistas em situação precária ou dificuldade de disponibilidade (TE e UT);

b) Gestão precária da frota de viaturas – constantes problemas de manutenção;

c) Problema com as conexões dos canhões;

d) Falta de pressão nos canhões fixos das áreas;

e) Desencarcerador (treinamento);

 

18 – CFTV – Está precarizado, muitas câmeras com falha na operação;

 

19 – Comunicação:

a) Alta rotatividade dos trabalhadores terceirizados compromete a qualidade da comunicação nos simulados e nas emergências;

b) Rádio do brigadista – a faixa da EOR sobrepõe à faixa operacional atrapalhando na realização das manobras. Principalmente no teste de rádio da EOR;

 

20 – Com relação ao Reconhecimento e Recompensa, solicitamos:

a) Apresentação sobre o programada de reconhecimento e recompensa para os brigadistas;

b) Que a empresa garanta o gozo do “dia do brigadista” para todos os componentes da EOR, titulares e suplentes.

 

21 – Com relação à Avaliação da EOR e dos SIMULADOS, solicitamos:

a) Formação de grupos específicos para realizar a avaliação periódica sobre as atividades da EOR, com participação da SMS, da CIPA, do Sindicato e dos brigadistas;