Ato contra o fechamento e privatização das Fábricas de Fertilizantes Nitrogenados (FAFEN´s)

Ato em frente a FAFEN/PR

Em protesto contra o fechamento e privatização das Fábricas de Fertilizantes Nitrogenados (FAFEN´s), mais um desmonte do Sistema Petrobrás que a gestão Pedro Parente impõe ao povo brasileiro, a FUP e seus sindicatos realizam esta semana uma série de atos e audiências públicas, denunciando os impactos dessa medida. No Rio de Janeiro, os petroleiros se manifestarão em frente à sede da empresa na quinta-feira, 22, pela manhã, quando as multinacionais Yara (norueguesa) e ACRON (russa) entregarão propostas para compra da Araucária Nitrogenados (Fafen-PR) e da Unidade de Fertilizantes-III (Fafen-MS).

 

Parente coloca Brasil na contramão do mundo

 

A saída da Petrobrás do segmento de fertilizantes, além de comprometer a soberania alimentar, já que importamos hoje mais de 75% dos insumos nitrogenados, coloca o Brasil na direção contrária de outras grandes nações agrícolas, cujos mercados de fertilizantes estão em expansão. O nosso país, por exemplo, é o quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo.

 

Os governos Lula e Dilma trabalharam para reduzir essa dependência externa, através da implementação do Plano Nacional de Fertilizantes e da ampliação da participação da Petrobrás no setor, com o desenvolvimento de novas fábricas, como a Fafen Uberaba e a Fafen Mato Grosso do Sul, que chegou a ter 85% das obras concluídas, mas está sendo privatizada por Pedro Parente.

 

Se as novas plantas já estivessem produzindo, a necessidade de importação de fertilizantes nitrogenados seria hoje inferior a 10%. “O Brasil passaria a ser praticamente autossuficiente na produção desses insumos e com perspectiva de se tornar o maior produtor mundial de alimentos”, destaca Deyvid Bacelar diretor da FUP e coordenador do Sindipetro-BA.

 

Desmonte vinha sendo denunciado pela FUP

 

O desmonte do setor de fertilizantes já vem sendo denunciado pela FUP há mais de um ano. Em setembro de 2017, o Sindiquímica Paraná alertou o Ministério Público para a intenção de Pedro Parente e do governo Temer de entregarem a Fafen-PR por R$ 0,00, já que os impairments apresentados nos balanços contábeis da Petrobrás desvalorizaram em R$ 800 milhões a unidade. Menos de dez dias após a denúncia, os gestores da empresa anunciaram a privatização da FAFEN-PR e da FAFEN-MS.

 

Em novembro, a FUP e seus sindicatos chegaram a ocupar a fábrica de Araucária para denunciar o sucateamento da unidade, que está sendo desmobilizada desde o anúncio da entrega. A fábrica era a maior produtora mundial de ARLA-32, um catalizador para redução de emissão de gases tóxicos para motores a diesel. A unidade de Araucária tem capacidade de produzir anualmente 700 mil toneladas de ureia e 475 mil toneladas de amônia e mais de 100 mil toneladas de ARLA-32. A FUP também ingressou com uma Ação Civil Pública na 42ª Vara Civil do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, contestando a lisura e legitimidade da venda da unidade.

 

Mobilização no Paraná

 

 

Na manhã de hoje (22/03) os petroquímicos da FAFEN/PR com apoio dos petroleiros de outras bases fizeram um ato em frente a referida unidade de fertilizantes nitrogenados. A indignação, cada dia mais presente no dia a dia dos trabalhadores, foi evidenciada nos discursos proferidos assim como no semblante de cada trabalhador e trabalhadora presentes, visto tratar de um assunto relacionado a soberania nacional, “Fertilizantes são estratégicos para nossa soberania alimentar, para o aumento de nosso PIB e contribuem para o equilíbrio da balança comercial. Tirar das mãos do Estado um insumo tão estratégico é de uma estupidez sem limites”, afirma o diretor da FUP, Gerson Castellano.