Mobilização foi mais uma etapa de construção da grande greve petroleira que está por vir. Petrobrás estendeu o prazo para empresas interessadas na compra das refinarias, dutos e terminais se inscreverem no processo.
Petroleiros da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, região metropolitana de Curitiba, aderiram maciçamente ao protesto convocado pela FUP para esta segunda-feira (18), Dia Nacional de Luta em Defesa da Petrobrás.
A data seria o prazo final para a seleção das empresas que se inscreveram como interessadas na compra de 60% das refinarias anunciadas pela Petrobrás, mas a gestão da estatal emitiu comunicado ainda pela manhã de que estendeu o prazo para assinatura de “Acordos de Confidencialidade e demais documentos previsto na Divulgação da Oportunidade (Teaser)”.
As empresas que estão de olho no patrimônio do povo brasileiro, que está sendo estraçalhado pelo governo ilegítimo de Michel Temer (MDB), têm agora até o dia 02 de julho para firmar os referidos acordos e receber as instruções para apresentação de propostas não vinculantes. De acordo com o comunicado, “com a extensão de prazo, além das cinco empresas que já assinaram o acordo até o momento, outras empresas que já (sic) manifestaram interesse também poderão participar do processo”.
No final de abril, a Petrobrás colocou à venda dois grupos de ativos no refino, um no Sul, com a oferta de duas refinarias (Repar e Refap), 736 km de oleodutos e 7 terminais da Transpetro, e outro no Nordeste, também com duas refinarias (Rlam e Rnest) e 770 km de oleodutos e outros 5 terminais.
Mesmo com a forte reação da sociedade em relação aos erros da gestão da Petrobrás na política de preços dos combustíveis, redução da produção nas refinarias, diminuição de trabalhadores e incentivo à importação de derivados de petróleo, a empresa insiste no equívoco absurdo de privatizar suas refinarias e deixar a população cada vez mais vulnerável ao mercado financeiro internacional.
“O Brasil tem a capacidade de refinar todos os combustíveis que consome no mercado interno. O que esse governo golpista e essa direção da Petrobrás, que também é golpista, estão fazendo é entregar o petróleo bruto a preço de banana no mercado internacional e importar de volta os derivados, gerando empregos e riquezas no exterior. Enquanto isso, a população brasileira sofre com o desemprego e os altos preços dos combustíveis. Estamos voltando a ser Colônia”, disse o presidente do Sindipetro PR e SC, Mário Dal Zot.
Luta contra a privatização
Trabalhadores de várias unidades da Petrobrás pelo Brasil afora também protestaram nesta segunda-feira contra a venda das refinarias. Na Repar, a adesão dos funcionários foi expressiva e tem aumentado a cada novo protesto. A categoria segue o calendário de lutas da FUP, elaborado na última reunião do Conselho Deliberativo, realizado dias 11 e 12 de junho, na Sede do Sindipetro PR e SC, em Curitiba.
Toda manifestação prevista neste calendário faz parte da preparação da grande greve petroleira que está por vir.
Nesta terça-feira (19), o Sindipetro Paraná e Santa Catarina realiza protesto semelhante no Terminal Aquaviário da Transpetro em São Francisco do Sul (Tefran). Na quarta-feira (20) será a vez dos trabalhadores do Terminal Aquaviário de Paranaguá (Tepar) se manifestarem contra o desmonte da Petrobrás.