Preço dos combustíveis é alvo de protesto dos petroleiros da Repar

Manifestação apontou que a condução do setor petróleo pelo governo está equivocada; quem o paga pelo erro é o povo.

 

 

Trabalhadores da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar/Petrobrás), em Araucária, Região Metropolitana de Curitiba, fizeram uma manifestação na manhã desta quinta-feira (25), em frente à fábrica.

 

A motivação foi a constante alta nos preços dos combustíveis por conta da política adotada no governo Temer e praticada também por Bolsonaro, a qual segue a cotação do dólar e o preço do barril de petróleo no mercado internacional.

 

Para o Sindipetro Paraná e Santa Catarina, o setor está sendo conduzido de forma equivocada e isso penalizada a sociedade, os trabalhadores e os acionistas da Petrobrás, cujo majoritário é a União, logo, o povo brasileiro. A começar pela subutilização das refinarias. Ao final do governo Dilma Rousseff, 96% da capacidade de refino da Petrobras era utilizada. Já sob a gestão Temer (MDB), o patamar foi rebaixado a 74% e atualmente permanece próximo a esse percentual.

 

Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o país extrai em média 2,6 milhões de barris de petróleo por dia e consome 2,2 milhões. A capacidade de refino é de 2,4 milhões de barris, ou seja, o país é quase autossuficiente (precisa importar óleo leve para processar junto com o produto nacional). Porém, com a redução, as refinarias brasileiras produzem em média apenas 1,6 milhões de barris/dia.

 

Dessa forma, o país passou a importar mais combustível, principalmente óleo diesel dos Estados Unidos, e paga o preço do petróleo internacional, que está custando cerca de US$ 80 por barril. O custo da produção nacional gira em torno de US$ 30 a US$ 40 o barril.

 

Outro erro está na prática do preço internacional. O país importa aproximadamente 20% do combustível que consome, mas a população paga o preço totalmente equivalente ao praticado no comércio internacional.

 

Os petroleiros defendem uma política de preços dos combustíveis com base no volume de extração de petróleo no Brasil, a capacidade de refino no país e os custos dessas atividades. Assim, o preço ao consumidor interno seria determinado principalmente pelo custo de produção da Petrobrás mais uma margem de lucro.

 

Manifestações semelhantes a da Repar aconteceram em outras refinarias do país.

 

Mentiras do Castello Branco

O presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, durante a coletiva de imprensa do dia 17 de abril, afirmou que “com a continuidade da prática de preços da Petrobrás, de acordo com a paridade internacional, e a venda de refinarias, o Brasil vai ter um mercado em competição, e a Petrobrás não vai sofrer interferência externa em suas decisões”.

 

O discurso é uma falácia. O sistema de refino da Petrobrás é distribuído por regiões e não estão interligados. Logo, a privatização das refinarias criaria apenas monopólios regionais privados. Dessa forma, não haveria competição e é impensável que uma empresa do exterior cobraria preços abaixo do praticado no mercado internacional.

 

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