Estudo realizado pelo INPA aponta que a continuidade do procedimento industrial causará 100 mortes por Covid-19 até junho na cidade.
Na última terça-feira (20), dirigentes do Sindipetro PR e SC se reuniram com o secretário de Saúde do município de Araucária, Adilson Seidi Suguiura, para denunciar o alto risco de contaminações por Covid-19 na parada de manutenção da Refinaria Getúlio Vargas (Repar).
Participaram do encontro o presidente do Sindipetro PR e SC, Alexandro Guilherme Jorge; os dirigentes sindicais Luciano Zanetti, Ricardo Marinho, Fernandes da Cruz da Silva, Luiz Antônio Kurpiel, Marlus Christian de Andrade; além do diretor geral da Secretaria, Benedito Facini; a diretora de Vigilância em Saúde, Alexsandra Tomé; a coordenadora em Vigilância Ambiental e Saúde do Trabalhador, Lidienne Avelleda e o vereador Aparecido da Reciclagem (PDT).
O procedimento industrial, iniciado no dia 12 de abril, adicionou mais dois mil trabalhadores, vindos de diversas regiões do país, à rotina da refinaria. As aglomerações, em especial com pessoas de diferentes localidades, representam alto risco para a disseminação do coronavírus. Um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa da Amazônia (INPA) prevê que a continuidade da parada, neste momento crônico da pandemia, terá impacto de 100 mortes por Covid-19 até junho.
Na reunião, o secretário de saúde e a diretora da vigilância em saúde se colocaram à disposição para o acolhimento em ofício das denúncias realizadas pelo Sindicato. Eles informaram que estão realizando inspeções periódicas na Repar, em atenção às denúncias do Sindipetro PR e SC, pedidos do Ministério Público e do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Proteção à Saúde Pública (CAOP).
As autoridades locais disseram que também cobraram ajustes dos planos de contingência, principalmente das empresas terceirizadas, solicitando que o transporte dos trabalhadores tenha ocupação máxima de 50% dos assentos disponíveis nos ônibus.
A vigilância sanitária de Araucária comunicou que pediu informações para a Repar sobre as três mortes por Covid-19 de trabalhadores da parada de manutenção e que foram feitas vistorias em diversas áreas do parque industrial como nas tochas, vestiários, contêineres de terceirizadas, oficinas e restaurante. O relatório da inspeção ainda está em elaboração e deve recomendar medidas de segurança sanitária à gestão da Refinaria. O Sindipetro PR e SC já protocolou um pedido de cópia desse documento.
A Secretaria de Saúde afirmou que têm acompanhado as testagens rápidas dos trabalhadores e que em caso de positivo, um teste sorológico é feito na própria refinaria. Eles pediram que a empresa apresente a justificativa técnica para a realização da parada nesse momento de pandemia e ao final da reunião elogiaram a atuação do Sindicato no combate à Covid-19.