A luta contra as privatizações, o desmonte do Estado, a retirada de direitos e os ataques a democracia estão entre os assuntos abordados pelos convidados da live de abertura do 8º Congresso Regional.
Em vez de uma tradicional mesa, a cerimônia de abertura o 8º Congresso Regional Unificado dos Petroleiros e Petroquímicos do Paraná e Santa Catarina reuniu em uma live parlamentares e lideranças dos movimentos sociais. Devido a pandemia e visando garantir a segurança de todos os participantes, os sindicatos optaram por realizar toda a atividade integralmente de forma virtual. Participaram do evento os deputados estaduais do PT Paraná, Arilson Chiorato e professor Lemos; os vereadores do PT de Curitiba Carol Dartora, Renato Freitas e professora Josete (PT); o membro da coordenação nacional do MST, Roberto Baggio; o presidente da CUT-PR, Márcio Kieller; a presidenta da CUT-SC, Ana Júlia Rodrigues; o coordenador da FUP, Deyvid Bacelar e o presidente da Câmara de Vereadores de São Mateus do Sul, Omar Pichett (PROS).
Logo no início do evento, o presidente do Sindipetro PR e SC, Alexandro Guilherme Jorge, lamentou as mais de 527 mil mortes por coronavírus no Brasil e prestou homenagem a dois ex-dirigentes do Sindicato (Edinho e Faissal), que foram vítimas da Covid-19. “Nessa abertura do Congresso quero saudar a todos, que estejam com saúde e consigam alcançar a vacinação e que a gente consiga mudar esse momento. Por esses e por todos precisamos seguir na luta, fazer um belo Congresso e tê-los guardados em nossos corações para que não lutemos só por nós, a categoria que está presente, mas também por esses que muito contribuíram e que infelizmente não estão mais conosco”.
O coordenador do Sindiquímica PR, Santiago Santos, também lembrou das milhares de vítimas da Covid e disse que esse é hora de resistência ao atual desgoverno. “Eu acredito que esse seja um dos piores momentos do nosso país e da nossa empresa. A Fafen Paraná foi fechada no início do ano passado apesar de todos os movimentos que nós fizemos, tanto jurídico, quanto político. Esse governo conseguiu o que eles queriam, que é entregar o patrimônio público”.
Ele lembrou do dia da assembleia de demissão. “Nós tínhamos um sentimento de derrota, porém tínhamos também um sentimento de dever cumprido, toda a categoria petroquímica tem a certeza que nós fizemos o nosso papel, resistimos ao máximo. Então quero trazer a mensagem para todos no nosso Congresso, que vivemos um período de resistência. Essa tem que ser a palavra de ordem pro nosso dia a dia”.
Após a fala dos presidentes das entidades promotoras, a palavra foi passada para os convidados, que saudaram as categorias e reforçaram o apoio aos trabalhadores e a Petrobrás.
Os deputados estaduais Arilson e Lemos destacaram a importância da Petrobrás para garantir a soberania energética do Brasil. “Esse Congresso reforça mais uma atividade política nossa, em defesa do que é a soberania nacional, que é a Petrobrás, que é o petróleo. Aliás, eu nunca achei que chegaríamos a um tempo desse, que a gente tem militares que não são nacionalistas, que não defendem as energias e riqueza do país. E tivéssemos um governo tão subalterno que atende aos interesses transnacionais e de outras nações, entregando pontos estratégicos”, disse Chiorato. O deputado falou que a Petrobrás precisa voltar a ser do povo, não só no nome, mas também na sua função social e distribuição de riquezas. Para isso, explicou o parlamentar, o país precisa voltar a ter um governo que defenda o povo, além do Estado como um indutor do desenvolvimento. “Vimos isso no governo do presidente Lula e da presidente Dilma, e vimos isso sendo desmontado pelo Temer e agora pelo atual presidente, o qual eu me recuso a falar o nome”. Arilson destacou que, além da crise econômica e da venda das estatais, o Brasil passa pela maior crise sanitária do mundo. “Todo país tem pandemia e problema com o coronavírus, mas o Brasil hoje é o foco das atenções”.
Professor Lemos lembrou que várias Audiências Públicas foram realizadas a ALEP (Assembleia Legislativa do Estado do Paraná) para debater a reabertura da Fafen-PR. “Precisamos continuar na luta contra as privatizações, que tanto afetam o nosso povo, todas elas, mas em especial a privatização da Repar, da SIX, contra a venda de todas as unidades da Petrobrás aqui no Paraná e em Santa Catarina e pela reabertura da Fafen, uma importante indústria para o Brasil e para nossa agricultura”
As lideranças dos movimentos sociais criticaram as políticas do governo Bolsonaro, o desmonte do Estado, das empresas públicas e afirmaram que o Brasil precisa ser reconduzido para o caminho correto. “Nós temos alguns caminhos, algumas sinalizações que nos dão expectativas positivas e nos geram um otimismo diante da conjuntura. Temos a CPI da Covid-19 abrindo as vísceras do governo Bolsonaro, com casos de corrupção. Temos a retomada das ruas pela sociedade brasileira, com atos que ocorrem em todo o Brasil. Temos o Plano Brasil sendo construído pelos partidos e frentes de esquerda, para que nós possamos mudar a partir das eleições de 2022. É um momento de encruzilhada, de tomada de decisões, que nos levam a alguns caminhos que são possíveis para nós evitarmos essa boiada que está passando até então. Eles estão fazendo isso, privatizando absolutamente tudo, não só nas empresas públicas estatais mais também nas Petrobrás”, explicou o coordenar da FUP, Deyvid Bacelar.
Os vereadores Renato Freitas, professora Josete, Carol Dartora e Omar Pichett defenderam as empresas públicas, os diretos trabalhistas e o serviço público, além de ressaltarem a importância dos sindicatos e da unidade de classe.
Assista na integra a live de abertura do 8º Congresso Regional Unificado dos Petroleiros e Petroquímicos do Paraná e Santa Catarina: