Assembleias aprovam mobilizações se Petrobrás impor tabela de turno, descumprindo acordo com TST

 

Os petroleiros e petroleiras reafirmaram nas assembleias que não aceitarão passivamente a imposição de uma tabela de turno contrária a que foi escolhida pela categoria. Seguindo o indicativo da FUP, os trabalhadores rejeitaram a tabela 3×2 (três dias de trabalho e dois dias de descanso), que a gestão da Petrobrás está ameaçando implementar nas refinarias, contrariando o acordo mediado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), no final da greve de fevereiro de 2020.

 

As assembleias foram concluídas esta semana nas bases da FUP. Os petroleiros reiteraram a tabela escolhida pela categoria antes da pandemia e aprovaram mobilizações, com corte de apoio operacional nas folgas, a partir de outubro, caso a empresa implante unilateralmente a tabela 3×2. Além disso, a FUP e os sindicatos tomarão as medidas legais cabíveis para denunciar mais essa arbitrariedade da Petrobrás. 

 

Entenda o fato

A falta de diálogo com as entidades sindicais tem sido a marca das gestões bolsonaristas da Petrobrás, o que levou o TST a mediar a negociação do Acordo Coletivo de 2019, que, mesmo assim, foi descumprido pela direção da Petrobrás, um dos motivos da greve de fevereiro de 2020. Novamente, a Petrobrás tenta atropelar o acordo mediado pelo Tribunal no encerramento da greve, que garantiu a pactuação de tabelas de turno que fossem negociadas com a empresa e aprovadas pelos trabalhadores em assembleias.

 

Além de descumprir o que havia acordado com as representações sindicais, via TST, os gestores da Petrobrás ainda se aproveitaram da pandemia da Covid-19 para impor uma série de medidas ilegais, novamente de forma unilateral, com o nítido propósito de atender, única e exclusivamente, os interesses da empresa. Os trabalhadores tiveram salários drasticamente reduzidos, alteração de escalas e de regimes de trabalho, descontos ilegais, entre várias outras medidas arbitrárias, contestadas pela FUP e seus sindicatos através de ações judiciais.

 

Com o retorno da categoria ao trabalho presencial, cujas regras estão sendo impostas sem negociação com a FUP e os sindicatos, a gestão da Petrobrás quer implantar, goela abaixo dos trabalhadores, a tabela de turno 3×2.

 

[Imprensa da FUP | Foto: Sindipetro SP]