Petroleiros se manifestaram contra as péssimas condições de trabalho no Terminal de Paranaguá e os altos preços dos combustíveis.
Quem por esses dias passar pelo Terminal Transpetro de Paranaguá (Tepar) vai notar a grama bem cuidada, os meios-fios devidamente pintados e até britas novas. Alguns veículos da companhia estão cobertos, mas é para não estragar a paisagem com aquela ferrugem toda. Tudo não passa de uma grande maquiagem para a visita que os diretores da empresa fizeram à unidade na última quarta-feira (03).
A realidade do Tepar é completamente diferente. As instalações estão sucateadas, existem problemas de segurança e houve drástica redução no número de empregados, o que precarizou as condições de trabalho.
Para revelar a encenação, o Sindipetro Paraná e Santa Catarina realizou uma manifestação no Tepar durante a passagem do gerente geral da Transpetro na Região Sul, Renato Aragonez de Vasconcellos, do diretor de dutos e terminais, Benício Antunes, e de outros gestores que participaram da comitiva de alto escalão.
“O trabalhador está esfolado, ganhando cada vez menos e com menos direitos. Setores inteiros estão destruídos e os empregos foram esfacelados. Tínhamos no Tepar mais de cem postos de trabalho, hoje não há a metade. Veio uma panela de gerentes, quase em maior número do que de trabalhadores por aqui. Não podemos ficar parados olhando diretores virem passear”, afirmou Jordano Zanardi, secretário de formação do Sindipetro PR e SC.
O ato atrapalhou os planos dos diretores. Para acessar as instalações do Tepar, acionaram a Polícia Militar, que compareceu com três viaturas e um efetivo de cerca de dez oficiais. “Queremos denunciar toda essa maquiagem que fizeram aqui no Tepar para diretor ver, mas infelizmente os gestores não têm coragem e moral. Entraram escoltados, uma postura vergonhosa. Assim como o atual presidente da Petrobrás fugiu do Paraná, porque tinha uma manifestação esperando ele, esses diretores da Transpetro fizeram essa mesma presepada”, protestou Zanardi.
O dirigente sindical ainda apontou que a empresa está batendo recordes de lucro e os combustíveis estão com os preços mais caros da história. “E para o trabalhador não sobra nada. Os gestores só nos respeitarão no dia que cruzamos os braços e falarmos que não vamos realizar nosso trabalho porque não estamos recebendo salários justos e porque nossos direitos estão sendo negligenciados”, completou Jordano.
O presidente do Sindicato, Alexandro Guilherme Jorge, participou da manifestação e denunciou os absurdos que acontecem na gestão do Sistema Petrobrás. “Os diretores são funcionários da empresa e estão ganhando muito para vender a empresa. A Petrobrás já lucrou R$ 70 bilhões neste ano, R$ 63 bilhões foram para os acionistas”.
De acordo com Alexandro, a situação dos trabalhadores só irá mudar quando a classe entender que a força vem da união e mobilização. “Tem que estar todo mundo junto. Divididos vamos ser engolidos, viramos peixinhos. Juntos viramos tubarões e colocamos os gestores para correr”, concluiu.
:: Assista o vídeo do protesto