Participantes consensuaram sobre a importância da Petrobrás enquanto estatal indutora do desenvolvimento econômico e social do país.
A cerimônia de abertura do 9º Congresso Regional Unificado dos Petroleiros e Petroquímicos do Paraná e Santa Catarina reuniu em uma live parlamentares, dirigentes partidários e militantes dos movimentos sociais. O encontro foi marcado pela diversidade e teve a participação de lideranças dos movimentos sociais, LGBTQIA+ e de combate ao racismo. O evento foi conduzido pelo presidente do Sindipetro PR e SC, Alexandro Guilherme Jorge, e pelo o coordenador do Sindiquímica, Santiago Santos.
Para atender ao calendário da Plenária Nacional da FUP (PLENAFUP), os sindicatos optaram por realizar todo o Congresso integralmente de forma virtual. Participaram da live de abertura a diretora da FUP, Cibele Vieira; as vereadoras petistas de Curitiba, Carol Dartora e professora Josete; o vereador Renato Freitas (PT); o presidente do legislativo municipal de São Mateus do Sul, Omar Picheth (PROS); o presidente da seção joinvilense da União Nacional LGBT (UNALGBT), Jonas Marssaro; o membro da coordenação do MST, Edson Bagnara; o presidente da UPE, Thales Zaboroski; o deputado estadual e presidente do PT-PR, Arilson Chiorato; o presidente da CUT-PR, Márcio Kieller; o presidente do PT Curitiba, Angelo Vanhoni; o secretário de Combate ao Racismo da CUT-PR, Luiz Carlos dos Santos; e a deputada federal e presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann.
A diretora da FUP, Cibele Vieira, ressaltou a importante missão do Congresso de elaborar teses e apontamentos que irão guiar petroleiros e petroleiras no decorrer de um ano essencial para a categoria. “É um ano de acordo coletivo no meio de um ano da eleição mais importante desde a redemocratização, pelo menos. E isso não é pouca coisa, nós somos uma categoria que está no centro dos holofotes”, destacou.
O presidente da União Paranaense dos Estudantes (UPE), Thales Zoboroski, lembrou que a campanha “O Petróleo É Nosso” foi iniciada pela União Nacional do Estudantes (UNE) e ressaltou que a defesa da estatal é uma luta de toda a sociedade em defesa da soberania nacional no setor. “Quando a gente fala que a Petrobrás é do povo brasileiro, enquanto estudante a gente tem um pertencimento ainda maior, porque essa luta é nossa desde o início”, disse, se referindo à campanha que resultou na criação da estatal.
A deputada federal e presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, parabenizou a categoria pela defesa da Petrobrás e pelo enfrentamento ao governo Bolsonaro. “Parabéns pela defesa dos interesses e dos direitos do povo brasileiro, que tem na Petrobrás sua empresa de desenvolvimento do país”. Ela lembrou do debate realizado pela FUP com o presidente Lula, sobre o que significam os preços da Petrobrás e a importância estratégica da estatal para o desenvolvimento do Brasil. No encontro, Lula falou sobre a necessidade de abrasileirar o preço dos combustíveis.
O deputado estadual e presidente do PT Paraná, Arilson Chiorato, gravou um vídeo onde destacou que o partido é solidário na luta pela manutenção da Petrobrás do povo. O parlamentar ressaltou a importância da produção e do consumo dos combustíveis feitos por nós brasileiros.
Em sua fala, Jonas Marssaro, presidente da União Nacional LGBTQIA+ em Joinville e Região, pregou a unidade da diversidade social nas lutas populares. “Defender a Petrobras no momento em que temos um avanço neoliberal e um discurso de desmonte do estado é também defender as políticas públicas para o povo LBGTQIA+. É defender aquilo que a gente conquistou até agora e ter a consciência de que a nossa luta não acabou e que ela não é separada, pelo contrário, ela é junto com as lutas dos estudantes, das mulheres, do povo preto, do povo indígena, das pessoas com deficiência e também é junto com os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade”.
A vereadora Carol Dartora (PT) destacou a destruição do conceito de igualdade e lembrou a recente conquista sindical dos trabalhadores da Amazon, nos Estados Unidos. “Essa vitória foi muito significativa porque foi contra o avanço neoliberal. A gente vê essa desproteção trabalhista gigantesca, se tornou normal sair na rua e ver a juventude negra, pobre, LGBT pedalando em uma bicicleta sem ter hora de almoço, sem saber como é que vai fazer para ir no banheiro, sem ter um controle de quantas horas vai trabalhar”, externou.
O vereador de Curitiba Renato Freitas (PT) salientou a centralidade da luta por soberania energética diante de um cenário global de incertezas. “Os petroleiros e petroleiras estão no cerne de uma das mais importantes lutas brasileiras, que é a luta pela soberania. Está havendo uma nova reconfiguração geopolítica no mundo por conta de várias guerras que os impérios travam entre si e nesses interesses a Petrobrás é um elemento central quando diz respeito ao Brasil”.
O vereador, que é uma importante liderança da população da periferia, criticou o desmonte do estado brasileiro promovido pelos militares. “Sabemos que a história, já dizia Marx, ocorre como tragédia e depois num segundo momento ela se repete como farsa. É exatamente o que nós vemos no Brasil hoje. A tragédia da ditadura militar, que levou muitos dirigentes sindicais para a prisão, instaurando uma forma de organização dos trabalhadores sob vigilância dos militares, que ocorreu em 1964 por conta de uma reação às mudanças estruturais propostas por João Goulart, agora se repete nessa farsa que vem a partir do golpe de 2016. As ações do governo Temer, que rifaram o país com uma política de privatização, continuam com o presidente Bolsonaro. Infelizmente vemos que a Petrobrás está em uma disputa nacional entre o centrão e os militares para ver quem novamente dirige uma empresa tão importante, que é o coração econômico do país e a cara da nossa soberania”.
A união dos trabalhadores do campo e da cidade na luta pela soberania energética foi a tônica da fala de Edson Bagnara, líder do MST no Paraná. “O petróleo é a energia que move o mundo e a categoria dos petroleiros tem um papel fundamental na resistência e luta pela soberania energética. Também será muito importante em um possível governo Lula, porque se depender dos acionistas da Petrobrás, o patrimônio da empresa continuará a ser dilapidado. Precisamos dos petroleiros aliados com um governo progressista para retomar essa riqueza a serviço do povo brasileiro. O Movimento Sem Terra estará sempre à disposição para estar junto com os petroleiros nas batalhas”.
Ao final da cerimônia, o presidente do Sindipetro criticou a atual gestão da Petrobrás que a cada dia tenta privatizar a maior empresa da América Latina com potencial de levar desenvolvimento para todo o nosso país. “Esperamos tomar de volta essa grande empresa, trazê-la de novo para os brasileiros e brasileiras, mas para isso nós vamos precisar de muita luta”, concluiu.
O presidente do Sindiquímica também ressaltou a importância de manter a Petrobrás estatal para tirar o país da crise. “Nós precisamos abrasileirar a Petrobrás para reconstruir esse país. Eu acho que o desenvolvimento do nosso país passa pela Petrobrás”, afirmou.
As atividades do 9º Congresso continuaram neste sábado (09) com a divisão dos participantes em grupos de trabalho para debater e elaborar propostas sobre temas de interesse da categoria, visando a Campanha Reivindicatória de 2022 e a luta pelo ACT.
Abertura do 9º Congresso dos Petroleiros e Petroquímicos do PR e SC: