Petroleiros do Paraná e Santa Catarina aprovam ACT com 95% dos votos

Sindicato assinou o acordo nesta quarta-feira (14) e garantiu o pagamento do reajuste salarial ainda neste mês.


 

 

Com a conclusão da rodada de assembleias nesta quarta-feira (14), os petroleiros do Paraná e Santa Catarina referendaram a quarta contraproposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) apresentada pela Petrobrás e subsidiárias no último dia 5, conforme indicativo do Conselho Deliberativo da FUP.

 

Após as dezenove sessões, o índice médio de aprovação ficou em 95%.

 

A nova contraproposta traz alguns avanços em relação à anterior. Um dos principais é a preservação da essência da segurança no emprego, que foi garantida de forma inédita no ACT de 2020, após a greve de fevereiro daquele ano. Desde o início das negociações da campanha reivindicatória 2022, a gestão da Petrobrás e o governo Bolsonaro tentaram liquidar com essa conquista, mas a resistência da categoria conseguiu manter a proteção contra demissões sem justa causa na Companhia.

 

O Sindipetro PR e SC providenciou a assinatura dos ACTs 2022/2023 da Petrobrás, Transpetro e TBG na tarde desta quarta-feira e, conforme a contraproposta da empresa, o reajuste salarial de 8,73% (IPCA set/21 a ago/22) será pago à categoria já no próximo dia 26.

 

A luta continua…

Na avaliação do presidente do Sindipetro Paraná e Santa Catarina, Alexandro Guilherme Jorge, a conquista de uma proposta digna de ACT é uma vitória, mas a categoria petroleira ainda tem muitas batalhas pela frente neste ano. “Vencemos uma etapa importante, que é a preservação dos nossos direitos no Acordo Coletivo. Contudo, ainda temos pela frente as lutas contra as privatizações na Petrobrás e a missão de derrotar Bolsonaro nas urnas, exercendo nosso papel de conscientizar sobre o que esse desgoverno causou no país, que em resumo foram centenas de milhares de mortes que poderiam ser evitadas na pandemia, corrupção, desmonte geral do estado, privilégios em larga escala para a elite e miséria para a população”, apontou.

 

Ainda de acordo com Alexandro, a mudança de comando no país poderia acabar com o sucateamento das unidades e o assédio moral aos trabalhadores. “A expectativa é que no próximo governo a boa ambiência volte a ser prioridade na companhia, algo que a atual conseguiu destruir”, afirmou.

 

Na semana passada, a organização sindical da categoria petroleira teve sucesso em algumas ações contra a privatização do Sistema Petrobrás. Em reunião no dia 06 com representantes da FUP e da CUT, o presidente do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD/MG), se comprometeu em não colocar em discussão qualquer pauta relacionada à privatização da Petrobrás.

 

Pacheco também assumiu o compromisso de realizar interlocuções com os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a preocupação dos petroleiros diante de uma possível decisão que possa chancelar a privatização aos pedaços da Petrobrás. Três dias após a reunião com o senador, o ministro do STF Alexandre de Moraes suspendeu o julgamento de ação em que o Congresso Nacional questiona se a Petrobrás pode criar subsidiárias e vendê-las na sequência, como parte de seu programa de privatizações.

 

O Sindipetro Paraná e Santa Catarina e a FUP seguem com as ações jurídicas e políticas e também com as mobilizações para evitar novas privatizações na Petrobrás, além de em um futuro próximo tentar reverter as que já ocorreram.