Participe dessa corrente do bem, a vida é a melhor escolha.
O Setembro Amarelo é conhecido como o mês de conscientização para o tratamento da saúde mental e prevenção ao suicídio. O Sindipetro PR e SC aderiu à campanha promovida desde 2014 pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM). Neste ano, o tema é “A vida é a melhor escolha”.
As ações ocorrem durante todo o mês, mas o 10 de setembro é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. A data remete ao falecimento do jovem Mike Emme, que morreu por suicídio em 1994 dentro do seu Mustang amarelo. No funeral, amigos e familiares distribuíram cartões e fitas amarelas, inspirando a adoção da cor para a campanha.
Nos últimos anos, a pandemia intensificou os fatores de risco vinculados aos comportamentos suicidas. A perda de renda, traumas ou abusos, dificuldades para acessar a saúde e transtornos mentais são alguns exemplos de desencadeadores do autoextermínio. Isso fez com que, em 2021, a Pan-Americana da Saúde (OPAS) emitisse um alerta solicitando a priorização na prevenção ao suicídio.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio segue sendo uma das principais causas de morte no mundo: uma a cada 100 registradas. Este índice supera as mortes causadas por câncer de mama, malária, ou devido às guerras e homicídios, por exemplo. Entre os jovens de 15 a 29 anos é a quarta causa mais comum de óbitos, depois de acidentes de trânsito, tuberculose e violência interpessoal.
Segundo dados do relatório Estatísticas Mundiais de Saúde da OMS de 2019, quase 100 mil pessoas faleceram por suicídio nas Américas, dos quais 77% eram homens. No mundo, esses episódios passam de um milhão. Estima-se ainda que as tentativas de suicídio tenham sido 20 vezes maiores que esses números.
No Brasil, os índices crescem a cada ano. De acordo com a ABP, cerca de 14 mil casos são registrados anualmente. Em média, 38 pessoas cometem suicídio por dia. Cerca de 96% das ocorrências estão relacionadas aos transtornos mentais, como a depressão, seguido do transtorno bipolar e do abuso de substâncias.
É importante destacar que a prevenção ao suicídio não deve se limitar apenas à área da saúde. Toda a sociedade deve estar engajada neste movimento para que essas taxas sejam reduzidas. Estar atento aos familiares, amigos e colegas de trabalho pode salvar vidas.
Como identificar os sinais e sintomas
De acordo com o Ministério da Saúde, mudanças no padrão de comportamento que passam a afetar a vida pessoal do indivíduo ou prejudicá-lo no ambiente de trabalho devem servir de alerta. Já para as crianças e adolescentes, os responsáveis devem estar atentos aos seguintes sinais:
● Mudanças na rotina do sono (insônia ou alteração de horários para dormir e acordar);
● Isolamento da família e do contato social de forma repentina;
● Comentários como “eu prefiro morrer do que passar por isso”;
● Uso de roupas de mangas longas, mesmo quando está calor, comportamento que pode indicar marcas de automutilação nos braços ou antebraços;
● Diminuição do rendimento escolar.
Suicídio e ambiente de trabalho
O ambiente laboral é fundamental para a saúde mental do trabalhador. Ele promove autoestima e proporciona interações sociais que interferem diretamente na sua saúde emocional. No entanto, espaços estressores e com situações recorrentes de assédio ou bullying, excesso de horas e más condições de trabalho podem influenciar para o pensamento suicida e o suicídio.
Em períodos de instabilidade econômica, no qual o aumento do desemprego gera medo e insegurança para os trabalhadores, a angustia é potencializada e os riscos são ainda maiores. A possibilidade de perder o seu sustento, por vezes, pode submeter os trabalhadores a condições laborais nocivas, que com o tempo levam ao esgotamento físico e mental, desencadeando em transtornos psicológicos e idealizações suicidas.
Para a diretora do Sindipetro PR e SC, Elisangela Costa, o envolvimento de todos na prevenção do autoextermínio é fundamental. “É muito importante abordar este tema em todos os lugares, por vezes ignorado por se tratar de um acometimento mental sem evidências físicas. O Brasil com uma das maiores taxas mundiais, hoje reconhece o suicídio como um problema de saúde pública. Não julgue, ofereça apoio”, ressaltou.
Procure ajuda:
O Sindicato destaca que existem vários canais de ajuda para as pessoas que estão atravessando momentos difíceis e pensando em desistir de viver. Procure auxílio nos locais que frequenta e veja se existe algum programa de acolhimento psicossocial. Também é possível encontrar apoio nos seguintes locais:
-CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) das cidades em horários comerciais
-Psicólogos ou psiquiatras para consulta presencial ou remota
-CVV (Centro de Valorização da vida), ligando para o número 188.
Para os casos em que a tentativa de suicídio tenha ocorrido, ligar imediatamente para o SAMU (192) ou para o Corpo de Bombeiros (193).
O Sindipetro PR e SC ainda disponibiliza nossos contatos de acolhimento:
-(41) 99102-6788 – Serviço Social (Elaynne)
-(41) 98804-9598 – Secretaria de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (Elisangela)
Você não está sozinho, procure ajuda!
| Por: Juce Lopes |