Venda de refinarias pode ser revista, informa Cade

Revisão poderia ocorrer no caso da vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que já manifestou interesse em rever os desinvestimentos da estatal.

 

O Termo de Compromisso de Cessação (TCC) assinado entre a Petrobrás e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no setor de refino pode ser revisto se o controlador da companhia, o governo brasileiro, quiser fazer alterações, informou o superintendente do órgão antitruste Felipe Mundim. Isso poderia ocorrer no caso da vitória do líder nas pesquisas para as eleições presidenciais, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já manifestou interesse em rever os desinvestimentos da estatal, se eleito.

 

“Nesse caso teria que ser votado pelo tribunal do Cade, mas se a outra parte identifica uma necessidade de alterar os termos do acordo, nós vamos renegociar, se necessário”, disse Mundim, após participar do último painel da 20ª edição da Rio, Oil & Gas, maior feira de petróleo e gás da América Latina realizada esta semana no Rio de Janeiro.

Segundo Mundim, a Petrobrás tem até o final deste ano para vender cinco de oito refinarias que fazem parte do TCC. Outras três, mais complexas, tem um prazo mais flexível, mas que não pode ser divulgado, segundo o executivo.

“A publicidade do prazo pode afetar a relação da Petrobrás na negociação com outros agentes, para preservar essa negociação não divulgamos esse prazo”, disse Mundim, referindo-se às unidades de Pernambuco (Renest), Paraná (Repar) e Rio Grande do Sul (Refap).

Depois de uma concorrência fracassada para a compra das três refinarias, a Petrobrás encerrou o processo de venda, retomado em junho deste ano.

Já as cinco que precisam ser vendidas neste ano, apenas a da Bahia (Rlam) foi bem sucedida. A unidade foi comprada no final do ano passado pelo fundo de investimento árabe Mubadala e rebatizada de Refinaria de Mataripe, controlada pela Acelen, braço do Mubadala no Brasil.

Além da unidade da Bahia, a Petrobras informou que já vendeu a Reman (AM), SIX (PR) e Lubnor (CE), mas que ainda não chegaram à etapa final (closing), e que a Regap e as demais (Renest, Repar e Refap) estão com processo em andamento.

Asfalto

A Petrobras anunciou nesta quinta-feira (29), redução de 10,5% nos preços do asfalto em suas refinarias. Trata-se da terceira baixa seguida no preço do produto em dois meses. Os novos valores passam a valer a partir de 1º de outubro, na tabela de preços atualizada mensalmente.

A estatal já havia reduzido os preços do asfalto em 6,4% este mês, após uma primeira queda de 4,5% em agosto. O movimento, disse a Petrobras em nota, “acompanha a evolução do mercado”.

A companhia reiterou que, no próximo dia 1º de outubro, vai ajustar também os preços de Querosene de Aviação (QAV) e da Gasolina de Aviação (GAV), com reduções de 0,84% e 5,9 % respectivamente. Esses ajustes de preços de QAV e GAV são mensais e definidos por meio de fórmula contratual negociada com as distribuidoras.

Por Tribuna do Norte