Há exatos dez anos, a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) sofria um dos piores acidentes de sua história. Por volta das 23h do dia 28 de novembro de 2013, o rompimento de uma tubulação na U2100 (Unidade de Destilação) causou um incêndio de grandes proporções, gerando labaredas acima dos 50 metros e muita destruição.
Apesar das dimensões do acidente, não houve vítimas. O calor do fogo causou grandes danos estruturais, chegando a entortar vigas de sustentação de equipamentos e dutos. Por sorte, o incêndio ocorreu bem no horário de troca de turno e dois grupos atuaram no combate.
O acidente causou a paralisação da produção de diesel e gasolina da Repar por cerca de um mês. Segundo estudo do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) feito à época, os prejuízos financeiros chegaram a R$ 1,7 bilhão.
Uma grande quantidade de óleo, cerca de 100 m³, vazou para as canaletas de águas pluviais e o fluxo chegou à Unidade de Tratamento de Descartes Industriais (UTDI). O volume de óleo foi tão significativo que chegou a ser considerado o risco de contaminação do Rio Barigui, que fica nas proximidades da refinaria.
As investigações apontaram como causa do acidente a utilização de um tipo de metal inadequado na tubulação (aço carbono em vez de aço liga), que havia sido substituída no ano de 1983.
O acidente na U2100, apesar da gravidade, não foi surpreendente. A fórmula da tragédia já estava adotada há tempos pela gestão da Repar. Trabalhadores exaustos, terceirizações desenfreadas e efetivo insuficiente não podiam resultar em outra coisa, a não ser em graves acidentes.
Uma refinaria é um ambiente de trabalho extremamente perigoso e requer valorização constante da capacitação e do conhecimento técnico, bem como da primerização, para evitar acidentes como o de 2013.