Greve de 2020

5 anos da assembleia na APP-Sindicato: resistência petroleira diante do desmonte da Petrobrás

Há cinco anos, em um momento decisivo para a luta dos petroleiros e petroleiras, centenas de trabalhadores de diversas bases do Sistema Petrobrás no Paraná e Santa Catarina reuniram-se no auditório da sede da APP-Sindicato dos(as) Professores(as) e Funcionários(as) de Escola do Paraná, em Curitiba, para uma assembleia histórica da categoria.

O encontro ocorreu durante a greve nacional de fevereiro de 2020, quando os petroleiros enfrentaram a gestão entreguista da Petrobrás contra o fechamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), demissões em massa e o desmonte da estatal.

O auditório da APP Sindicato estava lotado. Trabalhadores da Transpetro, tanto de Santa Catarina como de Paranaguá; da Usina do Xisto (SIX), em São Mateus do Sul; e os petroleiros da Repar, de Araucária; compareceram em peso.

A assembleia foi um marco da resistência. Diante de ameaças e pressões, os trabalhadores demonstraram unidade e disposição de luta, reivindicando não apenas a manutenção dos empregos, mas também a defesa da Petrobrás como patrimônio público nacional. A mobilização enfrentou um cenário adverso, com tentativas de criminalização da greve e intervenções do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que impôs limites à paralisação. Ainda que não foi possível, naquele momento, evitar o trágico fechamento da Fafen-PR, os petroleiros resistiram e conquistaram avanços importantes na negociação.

A greve de 2020 reforçou a solidariedade entre categorias. Diversos sindicatos e movimentos sociais prestaram apoio à luta dos petroleiros, evidenciando que a defesa do patrimônio público é uma pauta coletiva, que ultrapassa os limites de uma única categoria. A mobilização e a capacidade de articulação dos trabalhadores fortaleceram o movimento sindical e serviram de inspiração para outras lutas que vieram a seguir.

Cinco anos depois: vitórias concretas
O tempo mostrou que a luta não foi em vão. Cinco anos após aquela assembleia histórica, algumas das principais pautas defendidas pelos petroleiros foram conquistadas. A reabertura da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), símbolo da greve de 2020, tornou-se realidade após a vitória da classe trabalhadora na eleição presidencial de 2022, que elegeu Lula pela terceira vez presidente do Brasil. Isso foi fundamental para a retomada da fábrica e garantir a recontratação de muitos petroquímicos que haviam sido demitidos. Essa vitória representa não apenas a recuperação de empregos, mas também a recolocação da Petrobrás no setor de fertilizantes, visando a redução da dependência do Brasil em um setor tão estratégico para o país.

A trajetória de resistência iniciada em 2020 segue como um exemplo do poder da organização e da luta popular e sindical. A volta por cima reafirma que, diante de desafios, a unidade dos trabalhadores continua sendo a chave para enfrentar governos malignos, contrários ao povo, e defender direitos. A histórica assembleia dos petroleiros e petroleiras na APP-Sindicato de 2020 permanece viva, lembrando que a resistência é a nossa força, mas que precisamos estar sempre alertas e mobilizados.

Confira abaixo mais mídias da assembleia de 2020:

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Por Davi Macedo