A segunda mesa de debates do 12° Congresso Regional, que acontece neste sábado (31), trouxe especialistas para discutir dois dos temas centrais na agenda de lutas da categoria petroleira: Transição Energética e Setor Privado.
O debate foi mediado pela diretora do Sindipetro PR e SC, Anacelie Azevedo, e pelo diretor do Sindiquímica-PR e da FUP, Paulo Antunes. Entre os convidados, estavam a economista do Dieese, Renata Belzunces; o pesquisador do Ineep, Leonardo Estrella, o diretor do Sindipetro-ES e do Setor Privado da FUP, Reinaldo Oliveira; e o diretor do Sindipetro-NF e da FUP, Tezeu Bezerra.
Com o tema “Transição energética: olhar dos trabalhadores”, a economista do Dieese, Renata Belzunces, foi a primeira palestrante e destacou a importância da classe trabalhadora estar no centro desse debate. “Não há possibilidade de se ter desenvolvimento contra o meio ambiente. Assim como não há a possibilidade de haver desenvolvimento com o empobrecimento das pessoas. O econômico, o social e o ambiental caminham juntos, mas não há consenso entre eles. É necessário fazer uma reflexão sobre o desenvolvimento e o futuro do país e combinar essas três esferas”, afirmou.
Na sequência, Leonardo Estrella, apresentou o tema “Presente e futuro da Petrobrás dentro do cenário de transição energética global”. Em sua fala, o pesquisador do Ineep ressaltou a diversidade energética do país nesse processo. “A matriz energética brasileira é muito mais diversa e renovável, e está estruturada de uma forma que nos permite entrar na transição energética com mais alternativas. Isso é um diferencial importante para analisarmos nosso território. E esses R$ 16,3 bilhões que a Petrobrás projeta investir no seu Plano de Negócios 2025-2029, dentro do processo de transição energética, precisam ser acompanhados pelos trabalhadores para verificar como esse processo está sendo desenvolvido”, afirmou.
Tezeu Bezerra abordou sobre a precarização do trabalho e a transição energética. “A transição justa vai muito além da transição energética, que é uma realidade muito cobrada pelos impactos sobre o meio ambiente e, principalmente, pelas mudanças climáticas. Mas essa transição se manifesta de outras formas, e um dos debates mais quentes que temos no país, por exemplo, é a situação dos trabalhadores por aplicativo. Há uma escravização do trabalhador a partir das novas formas de emprego que estão sendo criadas”, destacou.
O último tema debatido na segunda mesa do 12° Congresso Regional foi “Setor Privado: pertencimento e valorização dos trabalhadores do setor privado do ramo de petróleo e gás”. O diretor do Setor Privado da FUP, Reinaldo Oliveira, compartilhou sua experiência com a pauta e comentou sobre a importância dos sindicatos se aproximarem cada vez mais dos trabalhadores de empresas que prestam serviços no Sistema Petrobrás.
Reinaldo ressaltou ainda que é essencial que os sindicatos também façam a representação dos trabalhadores do setor de óleo e gás das empresas do Sistema que foram privatizadas. “Inicialmente, esses trabalhadores tiveram alguns benefícios e ganhos salariais, mas, em todas as unidades que conheço no norte capixaba, os postos de trabalho foram reduzidos. Há outra situação ainda mais complexa, que são os trabalhadores que prestam serviços para essas operadoras. Então, é fundamental fortalecer a valorização e o sentimento de pertencimento deles na categoria.”
O congresso segue até domingo (01) com debates para tirar as estratégias da categoria para as campanhas do setor de óleo e gás. As propostas aprovadas serão levadas à 12ª Plenária Nacional da FUP, que acontece a partir de 31 de julho, em Recife (PE).
Por Juce Lopes








