O Sindipetro PR e SC realizou uma pesquisa com os trabalhadores e trabalhadoras da Petrobrás, lotados na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária (PR), para saber como está a implementação do Vale-Refeição (VR) e Vale-Alimentação (VA), seis meses após o início da vigência do acordo coletivo que instituiu o benefício.
O questionário ficou disponível até o dia 30 de julho e contou com a participação de 121 pessoas, tanto do turno (59%) quanto do administrativo (41%). A ampla maioria afirmou estar satisfeita (91%) ou parcialmente satisfeita (7%) com a implantação do VR/VA. Apenas 2% se declararam insatisfeitas. No entanto, também surgiram apontamentos importantes acerca da estrutura oferecida na unidade para a alimentação.
Sobre a quantidade de copas e refeitórios disponíveis, 30% consideram o número parcialmente suficiente, enquanto 9% avaliam como insuficiente. Para 26% dos participantes, a higiene desses locais é regular ou ruim.
Ao serem questionados sobre a estrutura oferecida nas áreas de alimentação, 34% afirmaram que os espaços atendem apenas parcialmente ou não atendem às necessidades dos trabalhadores. Entre as principais críticas estão a ausência de itens como torneiras elétricas, pias, micro-ondas e até materiais básicos, como copos, talheres, esponjas, detergentes e escorredores de louça. Foi apontada ainda a limitação de espaço físico em algumas copas, especialmente na CIC Nova, o que gera aglomeração nos horários de pico. A necessidade de limpeza mais frequente das pias e áreas comuns também foi mencionada.
Os participantes sugeriram a ampliação da oferta de itens, tanto no mercadinho quanto no totem de autoatendimento, com a inclusão de refeições congeladas, lanches variados e alternativas mais saudáveis. Entre as propostas, também estão o retorno do restaurante do CEPE, a abertura de novos pontos de comercialização dentro da refinaria e a instalação de uma lanchonete na unidade. Diversos trabalhadores mencionaram que a caixa box para retirada de pedidos por aplicativo ainda não foi disponibilizada.
Para o Sindicato, os resultados reforçam a importância do VR/VA como conquista da categoria, mas evidenciam que a estrutura precisa ser aprimorada para garantir condições dignas de alimentação para todos os trabalhadores e trabalhadoras da Repar. “A luta não termina com a assinatura do acordo. Nosso papel é acompanhar a aplicação dos compromissos assumidos pela empresa e cobrar melhorias sempre que necessário. Essa escuta é fundamental para fortalecer nossa atuação”, avaliou o diretor de pauta local, Marlus de Andrade.
A entidade já está sistematizando os dados para apresentar formalmente à gestão da refinaria e seguirá dialogando com a categoria sobre os próximos passos.
Por Juce Lopes
