Em assembleia realizada nesta quinta-feira (13), os trabalhadores e trabalhadoras da CAP Serviços Médicos que atuam no setor de Saúde Ocupacional da Refinaria Getúlio Vargas (Repar) aprovaram, por unanimidade, a suspensão da greve iniciada no dia 11 de novembro.
O movimento foi reavaliado após os avanços nas negociações e o compromisso assumido pela empresa de regularizar os pagamentos pendentes. Até então, a CAP havia quitado apenas 75% dos salários de outubro, 50% pagos na segunda-feira (10) e 25% na quarta (12). Os 25% restantes foram creditados ainda na quinta-feira (13), e os benefícios foram acertados na manhã desta sexta-feira (14).
Para o diretor sindical Thiago Olivetti, a firmeza da categoria foi determinante para destravar direitos atrasados. “Quando as negociações não avançam, é o que resta para o trabalhador: se unir e se mobilizar, que as conquistas vêm. Não é simples, esses processos sempre deixam marcas psicológicas e impactos financeiros, porque as contas atrasam e o pessoal sente isso. Mas agora a situação tende a se normalizar, e esperamos que isso não se repita, que a empresa tenha compreendido a força dessa categoria e cumpra com seus deveres”, afirmou.
Durante a mobilização, a CAP enviou três notificações extrajudiciais ao Sindicato em tom de intimidação, alegando ilegalidade, ilegitimidade, abuso do direito de greve e até perseguição, além de ameaçar responsabilização civil e multas. Em contranotificação, o Sindipetro PR e SC expôs as frequentes irregularidades da contratada, como atrasos salariais, falta de vales, ausência de FGTS, descontos indevidos e pendências rescisórias, além de reafirmar sua legitimidade para representar a categoria e ressaltar que a greve ocorreu dentro da lei, com manutenção das atividades essenciais.
Para Olivetti, mesmo diante das ameaças, a mobilização se mostrou vitoriosa. “Foi mais uma demonstração de força, um exemplo para toda a categoria petroleira, que muitas vezes sente receio de se mobilizar mesmo quando direitos básicos são desrespeitados. A experiência reforça que organização coletiva é o caminho”, enfatizou.
O Sindipetro PR e SC destaca que permanece vigilante quanto ao cumprimento dos compromissos assumidos pela contratada e seguirá acompanhando de perto a situação dos trabalhadores da CAP Serviços Médicos na Repar. Ainda existem pendências salariais de meses anteriores e o FGTS de setembro segue em aberto, com previsão de pagamento para a próxima semana, segundo a empresa. Caso o depósito não seja realizado, a mobilização pode retornar.
Por Juce Lopes