Acidente de Trabalho: descaso médico na Repar

Mesmo lesionado, funcionário é obrigado a retornar à refinaria sem cumprir os 15 dias de atestado

 

Mais uma vez a saúde dos trabalhadores é negligenciada pela atual gestão da Repar e do seu setor médico. O Sindipetro PR e SC recebeu denúncias de que um trabalhador, que sofreu um acidente na refinaria na madrugada do dia 28/01, foi obrigado a retornar a suas atividades mesmo com atestado médico de 15 dias. 

 

O técnico de operação fraturou e cortou um de seus dedos enquanto fazia a abertura de uma válvula.  Ele foi encaminhado imediatamente para um pronto-socorro externo, onde foi constatado a gravidade da lesão. De acordo com o médico que prestou o atendimento, e que não tem nenhuma ligação com a Repar, o trabalhador deveria ser afastado de suas atividades operacionais por pelo menos 15 dias para sua total recuperação.

 

No entanto, foi pedido ao acidentado o retorno imediato ao trabalho, o que nos causou revolta e indignação, pois foi ignorado o sofrimento alheio e as possíveis consequências que a falta de repouso pode causar.

 

Ao descartar sumariamente as recomendações do médico que prestou o primeiro atendimento, o médico do trabalho da refinaria indicou ao funcionário que retornasse para as suas atividades operacionais imediatamente. Essa atitude pode expor o trabalhador a novos acidentes, uma vez que ele não está, temporariamente, em condições de exercer de forma plena a sua profissão.

 

Diante disso, o Sindicato entrou em contato com a gestão através do RH para solicitar esclarecimentos sobre o ocorrido. Em reunião realizada na última sexta-feira (29/01), o médico de trabalho afirmou que é sua a prerrogativa de avaliar a aptidão laboral e diante do seu julgamento profissional resolveu recomendar o retorno imediato do funcionário ao trabalho.

 

Não deveria ser necessário relembrar quais são as atividades realizadas por um técnico de operação em uma refinaria de petróleo. Esse acidente impossibilita o trabalhador de utilizar as luvas de proteção, item obrigatório e básico do EPI. Em caso de instabilidade, ou acidente operacional com necessidade de utilização de proteção respiratória, o resultado pode ser trágico.

 

Para além de todas essas considerações, que já são graves, estamos em plena pandemia, onde se faz necessário a higienização frequente das mãos para evitar o contágio. Esse direito básico à saúde também foi negado ao acidentado pela análise e julgamento de quem é o responsável pela saúde dos trabalhadores da Repar, ou pelo menos deveria ser.

 

O Sindipetro PR e SC segue acompanhando o caso e irá tomar as ações cabíveis, fazendo as denúncias necessárias para responsabilizar os envolvidos. O Sindicato recebeu outras queixas similares e ressalta aos trabalhadores que, caso tenham maiores informações, denunciem através dos seguintes canais:

 

-E-mail: denuncia@sindipetroprsc.org.br

-Telefone: (41) 3332-4554 ou diretamente com os dirigentes sindicais.

 

Texto: Estagiária Jucelene Lopes, com supervisão de Regis Luís Cardoso.