A pressa e as péssimas condições de trabalho podem ter sido as causas de mais uma tragédia na BR-277. Já era início da madrugada desta terça-feira (09) quando ocorreu um grave acidente envolvendo três caminhões na Serra do Mar, Km 34, sentido Paranaguá.
Todos os veículos pegaram fogo e ficaram completamente destruídos depois de um deles ter apresentado problemas, justamente um caminhão da Translíquido, empresa que presta serviços à Transpetro no Terminal de Paranaguá (Tepar). O veículo transportava óleo combustível da Repar para o Tepar. O condutor não resistiu aos ferimentos causados. Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), ele não morreu carbonizado, mas sim por causa do impacto da batida. Os outros motoristas envolvidos tiveram ferimentos leves e foram levados de ambulância ao Hospital Regional de Paranaguá.
O Sindipetro Paraná e Santa Catarina acompanha o caso e levanta algumas suspeitas sobre as situações que levaram ao acidente. Informações que chegaram ao Sindicato dão conta que a tragédia aconteceu poucos minutos após a meia-noite, horário limite do Tepar para o descarregamento.
Reincidência
A empresa Translíquido já foi objeto de investigação de anomalia na Transpetro em 2012 por causa de um acidente bastante similar, que ocorreu a apenas 1 km Serra do Mar abaixo (BR 277 – Km 35). Um caminhão tanque do tipo bi-trem carregado com óleo combustível (OC-1A) colidiu com o caminhão que estava à frente, se chocou como guard rail (guarda corpor) e tombou. Testemunhas disseram que viram muita fumaça saindo das rodas do caminhão da empresa terceirizada. Com o capotamento, ocorreu vazamento de óleo.
A investigação do sinistro apontou que a velocidade do caminhão tanque era incompatível com as condições do trecho em declive, o peso bruto total foi excedido e o motorista desconhecia as especificidades e riscos da rota.
Naquela época, o Sindicato já alertou para os evidentes problemas do transporte de combustíveis na linha Repar/Tepar, como horários inadequados, falta de treinamento para os motoristas, jornada de trabalho excessiva e folgas apertadas.
Se acaso as considerações do Sindipetro tivessem sido respeitadas, talvez uma família não estivesse chorando a morte de um ente nesta terça-feira.