O México alcançou uma marca histórica: o menor índice de pobreza em quatro décadas. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística e Geografia (INEGI), mais de 13,4 milhões de pessoas deixaram a pobreza durante o último mandato, consolidando um dos pilares da chamada Quarta Transformação: “Pelo bem de todos, primeiro os pobres”.
A presidente Claudia Sheinbaum Pardo celebrou o resultado como “uma façanha” e ressaltou que a conquista deve ser motivo de orgulho nacional. O pronunciamento ocorreu no domingo (17), em Ecatepec, município do Estado do México marcado por altos índices de vulnerabilidade social.
Sheinbaum destacou que a redução da pobreza não se deve ao acaso, mas sim à mudança no modelo de desenvolvimento adotado pelo país, que prioriza a redistribuição da riqueza e o direcionamento de recursos públicos aos setores mais necessitados — em contraste com os governos anteriores, que privilegiavam apenas uma minoria.
“Durante 40 anos, a pobreza no México não havia diminuído de fato: pelo contrário, aumentou. Hoje, o percentual da população em situação de pobreza é o mais baixo em quatro décadas, o que significa que as pessoas vivem com mais bem-estar”, afirmou.
Da “fábrica de pobres” à inclusão social
Entre 2006 e 2018, o México registrou um aumento de 15,3 milhões de pessoas em situação de pobreza, ganhando o apelido de “fábrica de pobres”. A reversão desse cenário, segundo Sheinbaum, foi possível graças às políticas iniciadas no governo de Andrés Manuel López Obrador e aprofundadas em sua gestão.
Entre os fatores que explicam os avanços, a presidente citou:
- Reajuste do salário mínimo, que também elevou os demais salários;
- Programas de Bem-Estar transformados em direitos permanentes, como a Pensão Universal ao Idoso, que já alcança 13 milhões de pessoas;
- Investimento público e privado recorde, que impulsionou a geração de empregos;
- Apoio direto a pequenos agricultores e estudantes, como bolsas para o ensino médio e o programa Sembrando Vida, que beneficia meio milhão de pessoas.
Direitos no centro do projeto nacional
Os dados do INEGI analisam a pobreza de forma multidimensional, considerando não apenas a renda, mas também o acesso a direitos como educação, saúde, previdência, moradia e alimentação. Assim, mais de 13,4 milhões de mexicanos não apenas aumentaram sua renda, mas conquistaram direitos básicos antes negados.
Sheinbaum ressaltou que o contraste com o período neoliberal (1982–2018), quando predominava a lógica de privatização e enfraquecimento do setor público, é evidente.
“A educação e a saúde são direitos fundamentais do povo do México, previstos na Constituição, e estamos empenhados em garantir esse acesso”, declarou.
Com os resultados recentes, o México consolida uma transformação que vai além de números: trata-se de uma mudança estrutural na forma como o país enfrenta a desigualdade, colocando no centro da agenda nacional aqueles que historicamente foram deixados para trás.
Com informações do Jornal Brasil de Fato