12º Congresso Regional

Ataques à democracia e conjuntura são debatidas na 1ª mesa do 12º Congresso Regional

Os debates do 12º Congresso Regional Unificado dos Petroleiros e Petroquímicos do Paraná e Santa Catarina foram iniciados na manhã deste sábado (31) com análise da conjuntura nacional e internacional. A primeira mesa do evento, com o tema “Discutindo democracia, ataques recentes à democracia e como contrapor”, reuniu lideranças políticas e sindicais que alertaram para os riscos à democracia e reforçaram o papel estratégico das organizações da classe trabalhadora neste momento histórico.

O vereador de Curitiba e presidente do Partido dos Trabalhadores na capital paranaense, Angelo Vanhoni, abriu os trabalhos com uma reflexão geopolítica e econômica sobre o papel da China no cenário global e os efeitos do neoliberalismo nos Estados Unidos e no Brasil. “A China se tornou a fábrica do mundo. Os europeus compram produtos chineses por até duzentos euros sem impostos. E os Estados Unidos, marcados por uma enorme concentração de renda, não conseguem competir. Já na China o poder aquisitivo dos trabalhadores aumentou 15 vezes nos últimos 30 anos”, destacou Vanhoni.

Segundo o parlamentar, discursos fascistas que se multiplicaram nos últimos anos em escala global se apresentam como “alternativas” na sociedade. “A crença popular nessas soluções autoritárias não começou com Trump ou Bolsonaro, mas foi potencializada por crises sociais. Por isso, a responsabilidade das nossas organizações é enorme. Precisamos nos unir para fortalecer a democracia”, afirmou.

A vereadora Miss Preta, do município de Pinhais, destacou o impacto do bolsonarismo na disseminação do discurso de ódio e da intolerância, e convocou os trabalhadores a se mobilizarem para as lutas que estão por vir. “Bolsonaro abriu as portas para o preconceito escancarado. A mobilização da classe trabalhadora é a coisa mais importante neste momento. Temos pautas urgentes: saúde mental, redução da carga horária, dignidade no trabalho e meio ambiente. E precisamos estar organizados para defender a reeleição do presidente Lula em 2026, porque ele abraça a classe e faz acontecer, como vimos na reabertura da Fafen”, pontuou.

O secretário-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos (Fentect), Emerson Marcelo Gomes Marinho, fez um relato sobre os impactos do governo Bolsonaro na estatal e o atual desafio de reconstrução. “Logo nos primeiros meses do mandato fizemos a primeira greve nacional de uma categoria de grande porte no governo Bolsonaro. Fomos atacados com propostas que retiravam direitos históricos e enfrentamos a tentativa de privatização. A empresa foi sucateada, perdeu investimentos e hoje vive um déficit bilionário”, denunciou.

Emerson também alertou para os riscos de avanço do projeto privatista mesmo sob o atual governo. “A configuração do Congresso Nacional é desfavorável. Corremos o risco de ver a quebra do monopólio postal e a entrega dos Correios ao mercado mesmo no governo Lula. Nosso papel é dialogar com a base e mostrar que a direita quer acabar com as estatais e os serviços públicos. Enquanto a Petrobras vive um processo de reconstrução, os Correios enfrentam o oposto: o desmonte”.

Essa primeira mesa de debates reforçou a importância da unidade entre diferentes categorias e movimentos sociais para defender a democracia, os direitos trabalhistas e os bens públicos. A programação do congresso segue com outras mesas de debate ao longo deste sábado.

Confira as fotos:

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