Ato na Refinaria de Cubatão contou com participação do Sindipetro PR e SC

Petroleiros protestaram contra as privatizações e terceirizações indiscriminadas no Sistema Petrobrás. Manifestação também denunciou assédio moral e práticas antissindicais na empresa.

 

 

A Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão-SP, recebeu na manhã desta sexta-feira (10) a quarta manifestação unificada contra as privatizações e terceirizações nas unidades do Sistema Petrobrás. Além dos sindicatos de petroleiros no estado de São Paulo (Unificado de São Paulo, Litoral Paulista e São José dos Campos), participaram representantes do Sindipetros do Paraná e Santa Catarina e de Minas Gerais.

 

A série de protestos em refinarias paulistas denuncia o desmonte da Petrobrás pelo governo Bolsonaro, que segue com a venda de ativos da estatal. Tal processo começa sempre com as terceirizações de setores-chave das unidades, abrindo as portas para empresas privadas. Trata-se de dar oportunidades para capacitar mão de obra de seus futuros ativos com treinamento passado pelos trabalhadores próprios do Sistema Petrobrás. 

 

A terceirização é lesiva em vários aspectos. Atinge o patrimônio público, porque facilita a privatização; quanto a segurança da planta e da força de trabalho. Na Petrobrás, mais de 80% dos mortos em serviço entre 1995 e 2013 eram subcontratados. A segurança é prejudicada pois as empresas de menor porte não têm as mesmas condições tecnológicas e econômicas. Além disso, recebem menos cobrança para manter um padrão equivalente ao seu porte. Os acordos rebaixados, calotes e a questão ideológica que divide os trabalhadores, assim como a utilização da meritocracia, também fazem parte da terceirização irrestrita. 

 

Assédio moral e práticas antissindicais
A mobilização também serviu para deliberar com a categoria sobre a conduta adotada em relação às práticas antissindicais e perseguições que vêm ocorrendo nas unidades da Petrobrás, orquestradas pelo RH da empresa. Em várias refinarias ocorrem coações para que os trabalhadores não participem de conversas sindicais ou de movimentos reivindicatórios. Também ocorre com frequência a imposição da empresa não permitir que o próprio trabalhador utilize o código para justificar o atraso no registro do ponto. Isso caracteriza a má intenção em coibir a organização dos trabalhadores.

 

A força de trabalho deixou claro que não vão tolerar essa prática e que também não vão permitir essa política de assédio se propague. Além disso, os trabalhadores, tanto próprios e terceirizados, deliberaram que em caso de punições ou qualquer tipo de assédio irão cruzar os braços até que essa realidade mude. A atual gestão da empresa tem que entender que os movimentos são feitos pela categoria e sob a tutela de dirigentes de sindicatos, que são os representantes legais da categoria, e que estes são realizados na porta da unidade e no início da jornada de trabalho.

 

O movimento contou com o apoio irrestrito dos petroleiros terceirizados que também têm sido alvo da má gestão da alta cúpula da Petrobrás que só visa o lucro em detrimento da vida e dos direitos dos trabalhadores.

 

Com informações do Sindipetro LP