Balanço dos GTs: Petrobrás apresenta ações e anuncia suspensão temporária do saldo devedor da AMS

Conquistas são decorrentes da retomada e fortalecimento do processo negocial com a Petrobrás, após um longo período de esvaziamento dos fóruns de interlocução. No entanto, ainda há muito o que avançar na retomada de direitos perdidos e atacados durante os governos Temer e Bolsonaro

Foto: Paulo Neves / FUP

Em reunião com a FUP e seus sindicatos nesta quarta-feira, 28, os gestores de RH da Petrobrás apresentaram um balanço preliminar dos Grupos de Trabalho Paritários, implementados no início de maio, como reivindicação da FUP para buscar soluções negociadas para diversas demandas da categoria petroleira.

 

Desde então, foram realizadas mais de 20 reuniões remotas e em formato híbrido, que trataram de temas como AMS, Petros, SMS e saúde mental, efetivos e transferências, remuneração variável e plano de cargos e salários, teletrabalho, terceirização, planejamento estratégico do Sistema Petrobrás, anistia de trabalhadores demitidos arbitrariamente, respeito às diversidades e combate às opressões, além de pendências do ACT (banco de horas, HETT, tabelas de turno).

 

A Petrobrás apresentou as principais ações que já foram encaminhadas, decorrentes das cobranças da FUP nos GTs, e outras que precisam de maior debate com as representações sindicais e instâncias superiores de gestão da empresa.

 

Suspensão dos descontos abusivos da AMS

Durante a reunião, o RH anunciou o atendimento de uma das principais cobranças da FUP: a suspensão por 90 dias dos descontos do saldo devedor da AMS, enquanto o GT segue discutindo uma solução definitiva para esse problema.

 

A FUP tornou a frisar que é prioridade absoluta acabar com todos os descontos abusivos da AMS e garantir uma relação de custeio justa e o resgate da qualidade da saúde suplementar da categoria petroleira.

 

Neste sentido, foi novamente reforçada pelas representações sindicais a urgência da criação de um GT específico para discutir o modelo de gestão da AMS. A FUP também propôs a suspensão da eleição dos conselheiros da APS, até a conclusão desse GT, ressaltando que o mandato atual termina em dezembro de 2023. A Petrobrás se comprometeu com a criação do GT para discutir o modelo de gestão da saúde complementar, porém informou que essa é uma ação a ser definida mais adiante.

 

FUP reforça urgência do fim do bate-e-volta dos transferidos

Outro ponto bastante enfatizado pelas representações sindicais é a urgência da empresa acabar com os deslocamentos desnecessários dos empregados em teletrabalho que foram transferidos compulsoriamente de seus estados, o chamado bate-e-volta. A FUP apresentou propostas nos GTs de Teletrabalho e de Efetivos e Transferências que já poderiam ter sido atendidas pela gestão: o trabalho remoto em tempo integral ou a limitação da jornada presencial a uma semana no mês, com a possibilidade do empregado se apresentar na unidade mais próxima de sua residência, seja ela da Petrobrás ou de uma subsidiária.

 

Os dirigentes da FUP e dos sindicatos destacaram a importância dos avanços decorrentes da retomada e fortalecimento do processo negocial com a Petrobrás, após um longo período de esvaziamento dos fóruns de interlocução com a empresa durante os governos Temer e Bolsonaro.

 

A FUP, no entanto, ressaltou que ainda há muito o que avançar no resgate dos direitos da categoria e pontuou uma série de demandas que precisam ser priorizadas, tanto nos fóruns de negociação permanente, quanto na campanha reivindicatória, após a aprovação da pauta da categoria, que já está sendo debatida nos congressos estaduais e será deliberada no 19º CONFUP, entre os dias 03 e 06 de agosto.

 

[Da imprensa da FUP]