Os trabalhadores do Sistema Petrobrás nas bases do Paraná e Santa Catarina se mobilizaram nesta quinta-feira (21) – Dia Nacional de Luta dos Petroleiros e Petroleiras. As manifestações foram realizadas pelo Sindipetro PR e SC e ocorreram no início da manhã na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária-PR; no Núcleo Experimental da Superintendência do Xisto (NESIX), em São Mateus do Sul-PR; no Terminal Transpetro de Paranaguá-PR (Tepar); e no Terminal Transpetro de São Francisco do Sul-SC (Tefran).
Os atos fizeram parte da Jornada Unificada de Lutas, promovida pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). A mobilização se concentrou em três frentes principais: a pauta unitária de Saúde, Meio Ambiente e Segurança (SMS), a rejeição da proposta insatisfatória de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e a campanha pelo fim da exaustiva escala de trabalho de 6×1.
“Mudou o governo, mudou parte da gestão, mudou o projeto de nação, mas infelizmente ainda estamos longe de alcançar as condições que a maior empresa da América Latina pode oferecer aos seus trabalhadores”, destacou Alexandro Guilherme Jorge, presidente do Sindipetro PR e SC, durante o ato em Araucária.
Ele colocou a pauta de SMS como prioritária nas lutas da categoria petroleira. “Precisamos vender nossa mão de obra, mas só conseguimos usufruir dos frutos dela se tivermos saúde e bem-estar. Se você tiver com alguma dúvida em relação à segurança, denuncie. Tem o telefone do Sindicato, o Whatsapp, o e-mail, enfim, vários canais à disposição dos trabalhadores. E nem é preciso se identificar, basta relatar a situação e em qual local ela ocorre que nós vamos cobrar imediatamente da gestão. Essas denúncias podem evitar tragédias, mas é preciso que cheguem antes que elas aconteçam”, alertou.
Rodrigo Maia, o “Pexe”, coordenador do Sindiquímica Paraná, também reforçou a prioridade à saúde e segurança: “Não é admissível que o lucro esteja acima da segurança dos trabalhadores. Estamos aqui para garantir que ninguém entre nas fábricas sem a tranquilidade de que sairá no fim da jornada em segurança”.
PLR Justa e Fim do 6×1
Outra pauta do Dia Nacional de Luta foi a rejeição massiva à contraproposta de PLR apresentada pela gestão. Segundo Alexandro, os lucros da Petrobrás, que chegou a ser a maior pagadora de dividendos do mundo, deveriam refletir em uma PLR justa para todos os trabalhadores, incluindo os das subsidiárias.
A escala 6×1 também foi alvo de críticas contundentes. “Os trabalhadores próprios da Petrobrás já têm há muito tempo escalas de trabalho mais adequadas, que estão no Acordo Coletivo de Trabalho. Porém, os empregados das contratadas, que trabalham nos mesmo locais que os próprios, seguem enfrentando jornadas extenuantes. Por isso, o fim da escala de 6×1 também é uma luta da FUP e dos sindicatos filiados”, afirmou Alexandro.
O Dia Nacional de Luta mostrou que a categoria está engajada, em todo o país, na luta por segurança e melhores condições de trabalho para todos, próprios e contratados. A expectativa agora é de que a gestão da estatal avance nas suas propostas em relação à pauta dos petroleiros e petroleiras. Caso contrário, as mobilizações serão intensificadas.
Confira fotos dos atos nas bases do PR e SC
Texto: Davi Macedo | Fotos: Juce Lopes