Boicote o curso sobre corrupção!

 

Que a Petrobrás enfrenta uma crise sem precedentes em sua história por causa dos casos de corrupção não é novidade para ninguém. Uma boa nova seria a apresentação de um plano de combate e punição rigorosa aos que porventura pratiquem malfeitos. Porém, a realidade é bem diferente.

 

Entre os funcionários da Petrobrás, todos também sabem que os atolados até o nariz nos desvios de conduta são poucas dezenas de pessoas, a maioria em cargos de alto escalão, principalmente diretores e gerentes. Cabe ressaltar que a maior parte dos cargos de diretoria são ocupados por pessoas indicadas politicamente, de várias legendas partidárias e com distintos interesses dentro da companhia. Raros são os casos de funcionários de carreira em tais posições. Logo, aos atuais gestores e cargos de chefia caberiam ações de conscientização sobre corrupção e profunda fiscalização dos atos praticados.

 

Todavia, a atual gestão da Petrobrás resolveu inverter a ordem lógica e ofereceu a todos os empregados um curso de formação contra a corrupção. Antes de mais nada, é preciso deixar claro que o Sindicato não é contra o curso e defende o amplo combate à corrupção. Todo desvio de conduta deve ser investigado e, comprovada a culpa, punido com rigor. Ocorre que do jeito que foi conduzido o processo, soou como ironia para alguns trabalhadores e até como ofensa para outros. Convenhamos, aos empregados conhecidos como do “chão de fábrica” são raras ou até mesmo inexistentes as oportunidades de se envolver em atos ilícitos. Quando ocorre, há toda uma hierarquia para investigar e punir. Bem diferente do que acontece com quem está lá no topo da pirâmide.

 

Petroleiros são trabalhadores honestos, mas que tiveram sua lisura colocada em xeque por atos ilícitos daqueles que detém o poder na companhia. Boicote o curso sobre corrupção!