História de luta

Categoria petroleira inicia greve na segunda (15), mantendo tradição histórica de luta

Na próxima segunda-feira (15), os petroleiros do Sistema Petrobrás de todo o país realizarão nova paralisação nacional em defesa de direitos e por um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) digno. O movimento se une a uma trajetória de mais de seis décadas em que a categoria recorre à greve sempre que necessário, independentemente de quem esteja governando o país.

O primeiro grande registro ocorreu em 1960, na Bahia, em uma mobilização por equiparação salarial. A partir dali, a categoria consolidou um padrão de luta que atravessou contextos distintos. Em plena ditadura, greves como a de 1983 desafiaram o arrocho salarial e a política econômica imposta ao país, mesmo diante de intervenção sindical e centenas de demissões.

Nos anos 1990, sob Collor e FHC, os petroleiros enfrentaram o avanço do neoliberalismo e tentativas de privatização. A greve de 1991 parou parte significativa da produção nacional, enquanto o movimento de 1995, o mais longo da história da categoria, tornou-se símbolo da resistência ao desmonte da Petrobrás.

Em governos mais abertos ao diálogo, como nas gestões Lula e Dilma, a mobilização continuou firme. Greves em 2007, 2009, 2013 e 2015 barraram retrocessos, ampliaram conquistas e fortaleceram instrumentos de participação interna. Mesmo em períodos de avanços, a categoria manteve independência e disposição de luta.

A partir de 2016, com o golpe institucional, Temer e depois Bolsonaro aprofundaram privatizações, retiraram direitos e reduziram efetivos. A resposta veio em paralisações de grande impacto, como a de 2020, marcada pela defesa da Fafen-PR e pelo enfrentamento ao desmonte acelerado da Petrobrás. Em 2021, a Greve Sanitária protestou contra as políticas de desinvestimento e desrespeito às normas de saúde durante a pandemia da Covid 19.

Nos últimos anos, mesmo com a retomada de um governo comprometido com a reconstrução da estatal, os petroleiros seguiram mobilizados. Greves em 2023 e 2025 mostraram que a categoria permanece vigilante diante de mudanças unilaterais, riscos à soberania energética e ameaças a direitos.

Mais de 60 anos após a primeira paralisação, o recado permanece claro: a luta não depende do governo, depende da necessidade da categoria. A greve do dia 15 será mais um capítulo dessa história marcada por coragem, unidade e compromisso com os petroleiros e petroleiras e com uma Petrobrás pública e estratégica.

 

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Com informações: DIEESE

Foto: Paulo Neves / FUP