No segundo dia do 11° Congresso Regional Unificado, realizado neste sábado (06), foi dado início às mesas de debate, com destaque para os temas Conjuntura Política e Transição Energética.
A primeira mesa foi mediada pelos diretores do Sindiquímica-PR, Eder Umbelino e Paulo Nunes, e contou com a participação da presidente da CUT-SC, Anna Julia Rodrigues; da deputada estadual, Ana Júlia Ribeiro (PT-PR); o coordenador do MST-PR, Roberto Baggio; e do consultor em planejamento da Veredas Inteligência Estratégica, Luiz Antonio Alves de Azevedo.
Azevedo apresentou um panorama histórico da mobilização sindical e destacou o desafio de revitalizar essas mobilizações para alcançar novas conquistas. “Nós precisamos que os sindicatos e os movimentos comecem a mobilizar. A pressão não se faz apenas dentro do Congresso, a maior pressão que um parlamentar sofre é quando ele tem a sua base ameaçada, quando você atua na base do parlamentar, quando disputa nas redes dele com um movimento de mudança de opinião. Temos que saber qual a ideia que nós queremos captar em torno de um determinado projeto, massificar nas redes e mobilizar nosso pessoal para ir às ruas”, ressaltou.
A deputada Ana Júlia abordou as eleições municipais de 2024 e a Federação Brasil da Esperança, enfatizando a necessidade de apoiar a candidatura dentro das bases da categoria. “Precisamos de lideranças que estejam pautadas na nossa realidade, que conheçam as nossas dores e saibam qual é a grande disputa, e onde devemos concentrar nossos esforços”, afirmou.
Baggio destacou a necessidade de aproveitar o atual momento, com o Lula na presidência, para fortalecer a classe trabalhadora. “Precisamos construir uma grande frente social e popular para fazer as batalhas que precisam. É fundamental aproveitar esse momento”, enfatizou.
A coordenadora da CUT-SC, Anna Rodrigues, concluiu as falas da primeira mesa e ressaltou a importância de criar estratégias para as eleições de 2026, destacando a necessidade de se preparar, através de formações, para o combate ao fascismo e às fake news. Além disso, apresentou o contexto político dos municípios catarinenses com base no Sindipetro PR e SC. “Precisamos de novas lideranças, que os nossos dirigentes sindicais sejam candidatos para que tenhamos vitória e que essa vitória repercuta em 2026”, afirmou.
Transição Energética, Fertilizantes no Paraná e Negociação do Setor Privado
A segunda mesa do 11° Congresso Regional Unificado foi mediada pelas diretoras do Sindipetro PR e SC, Rosilene Maranhão e Gisele Marina Protasiewyck, e teve como convidadas a diretora da FUP e do Sindipetro-ES, Patrícia Jesus Silva; a presidenta do Sindipetro-RS e diretora da FUP, Miriam Cabreira; e a coordenadora de Pesquisa do Ineep, Fernanda Brozoski.
A diretora Patrícia abriu o debate com o tema “Negociação do Setor Privado” e apresentou o relatório da Oficina de Planejamento do Setor Privado da FUP, que ocorreu em Fortaleza entre os dias 21 e 22 de março. “Foi realizado um diagnóstico e ainda há pontos que precisam ser melhorados, como aumentar o número de diretores e secretarias destinados ao Setor Privado, além da formação, comunicação, entre outros. É preciso ampliar a estrutura dos sindicatos para atender às demandas do setor. Temos muito trabalho pela frente”, afirmou.
A diretora Miriam introduziu sua fala relatando a catástrofe ambiental vivida no Rio Grande do Sul e destacou a importância da participação da classe trabalhadora nas discussões sobre Transição Energética. “Não adianta a gente querer morrer abraçados ao petróleo, isso não vai acontecer. É melhor prevenir, participar desde o início das discussões, se preparar e defender uma transição energética justa de verdade, com a participação dos trabalhadores e dos movimentos sociais, pois todas as tecnologias que estão sendo desenvolvidas para a transição terão impactos sociais e ambientais”, afirmou.
A coordenadora do Ineep apresentou dados sobre a dependência externa do Brasil em fertilizantes e ressaltou a importância de recuperar a produção nacional para reverter essa realidade. “Se recuperarmos os ativos vendidos e desativados, iremos suprir cerca de 30% da demanda interna. Depois, é necessário ampliar a capacidade de produção. Apenas o Brasil tem esse nível de dependência externa, ou seja, 86% dos fertilizantes consumidos aqui são importados. É algo realmente estratosférico”, destacou.
Fernanda afirmou ainda que este é um desafio que o país precisa superar não apenas por segurança alimentar, mas também por segurança nacional. “O Brasil tem potencial para suprir sua própria demanda. Existem recursos, tanto técnicos quanto naturais no país, para ampliar a produção. Cerca de 57% dos fertilizantes consumidos aqui provêm de apenas quatro países, e um quarto da importação vem apenas da Rússia, o que causa ainda mais vulnerabilidade devido à grande concentração em um único país que está distante e sujeito a instabilidades políticas”, acrescentou.
Os trabalhos do 11° Congresso Regional Unificado continuam neste domingo (07), a partir das 8h, com as apresentações dos Grupos e moções. A Plenária Final concluirá as atividades do evento com a aprovação resoluções, além de eleger a delegação para a 11ª Plenária Nacional da FUP (PlenaFUP), que será realizada de 1 a 4 de agosto, no Assentamento Contestado, na cidade da Lapa (PR).
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Por: Juce Lopes – Fotos: Gabriela Zadvorne