A FUP e seus sindicatos iniciaram as negociações com a Petrobrás e subsidiárias exigindo respeito à vida e condições dignas de trabalho e salários. Já na primeira reunião realizada dia 19, a FUP cobrou o desdobramento do Fórum Nacional de Práticas de SMS e a reposição imediata da inflação que vem corroendo o poder de compra dos petroleiros. Nas rodadas de negociação dos dias 26 e 27, esta reivindicação foi novamente cobrada pela FUP, levando a Petrobrás a propor um termo de compromisso para antecipação da reposição da inflação com base no IPCA dos últimos 12 meses (7,23%). Os aposentados e pensionistas que repactuaram já tiveram seus benefícios reajustados.
Antecipação da inflação – Pela primeira vez a empresa atende a um pleito que há décadas a categoria petroleira tem cobrado: a correção automática dos salários, sempre que haja perdas inflacionárias. Na pauta aprovada no XV Confup e apresentada à Petrobrás no dia primeiro de setembro, a reivindicação está claramente expressa no Parágrafo 4º da Cláusula 1ª. Ao reconhecer as perdas salariais dos petroleiros, a empresa fortalece ainda mais a luta da categoria por ganhos reais. O Termo de Compromisso apresentado pela Petrobrás será avaliado pela FUP e sindicatos, na segunda-feira (03), no Conselho Deliberativo. O documento está disponível aqui.
Tratamento isonômico na “aceleração” das carreiras – A FUP também cobrou que a Petrobrás estenda aos trabalhadores Pleno e Sênior os dois níveis que foram concedidos pela empresa aos profissionais Júnior, numa decisão unilateral, sem qualquer discussão com as representações sindicais. A reabertura do PCAC foi outro ponto destacado pela FUP nestas primeiras rodadas de negociação.
Vida x Produção
Saúde e segurança, aumento de efetivos, valorização da AMS, melhoria dos benefícios e a igualdade de direitos para combater a precarização do trabalho terceirizado são as principais bandeiras defendidas pela FUP, junto com o ganho real. Todas estas questões estão diretamente ligadas à defesa da vida, tema da campanha reivindicatória. A postura dos gestores da Petrobrás tem sido de inibir e até mesmo de punir o trabalhador que luta por melhores condições de trabalho e cumpre os procedimentos de segurança. Para a empresa, a produção é mais importante do que a vida.
A forma como a Petrobrás reagiu ao acidente do dia 26 na P-35 é a prova disso. Apesar de 22 trabalhadores terem que ser retirados da plataforma, intoxicados por um vazamento de monóxido de carbono, a empresa manteve a produção da plataforma. Os petroleiros tiveram que operar a unidade com máscaras de gás, submetidos a “uma concentração de CO que chegou a 100 ppm na sala de gás inerte”, segundo relato de um dos trabalhadores que estavam a bordo. A Petrobrás em momento algum tratou o acidente com a gravidade devida e só anunciou que emitiria as CATs , após denúncia e cobrança da FUP.
Imprensa FUP