Coordenador do Ineep explica como a pandemia, os governos de extrema direita e a guerra afetam o setor de petróleo e gás no Brasil

Painel do 9º Congresso discutiu como a conjuntura internacional afeta o país e reforçou que as privatizações das refinarias, da BR distribuidora e o PPI são os responsáveis pelos combustíveis caros no país.

 

 

O segundo painel de discussões do 9º Congresso Regional Unificado dos Petroleiros e Petroquímicos do PR e SC contou com a participação do cientista político e coordenador técnico do Ineep (Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Zé Eduardo Dutra), William Vella Nozaki. Ele falou sobre a conjuntura internacional do setor de petróleo e gás e os efeitos colaterais no Brasil.

 

O coordenador do Ineep considerou o presente momento como de inéditas e profundas mudanças estruturais, que têm impacto na condição imediata das pessoas. “Em nenhuma outra conjuntura a gente teve essa espécie de pororoca histórica, que é esse encontro de pandemia, guerra e a extrema direita em muitos países, inclusive no caso do Brasil”, analisou. Nozaki explicou como esses grandes eventos têm marcado a dinâmica do setor nesse último período. Ele entende que há uma reorganização no tabuleiro geopolítico e econômico mundial.

 

Frente a esse cenário internacional, o analista afirmou que o Brasil tem ido na contramão do mundo ao privatizar setores fundamentais para a soberania. William também considera que o país se comporta como importador para continuar com a política de preços implementada após o golpe de 2016 e favorecer a distribuição dos lucros para os acionistas privados da empresa.

 

Nozaki comentou as últimas indicações do governo Bolsonaro para a Petrobrás. O cientista político lembrou que o nome de Rodolfo Ladim visava agradar ao ‘centrão’ e que Adriano Pires seria uma nomeação para agradar o mercado, porém ambos acabaram não emplacando.

 

Ele defendeu que é preciso encontrar algum caminho jurídico ou político para reverter as privatizações e que será necessário ir do posto ao poço. Também explicou que o país ficou refém do PPI por causa da dependência no refino, acentuada pelas privatizações e falta de investimentos. O especialista afirmou que a guerra reforçou a necessidade do investimento no setor petroquímico, com a produção de fertilizantes. Ainda destacou que é preciso interromper as privatizações e mudar o plano estratégico da Petrobrás. Por fim, argumentou que a Caixa Econômica Federal tem que voltar a ser acionista na Petrobrás e que a União precisar aumentar sua participação na empresa.

 

Assista na integra a mesa de exposições em: https://www.youtube.com/watch?v=jFxDO8DaVW0