Nesta terça (12) o país se mobilizou para debater mudança do sistema político. Sindipetro PR e SC, Sindiquímica-PR e Sindimont-PR fizeram uma grande panfletagem na Repar e na Fafen-PR
O trabalho de base, do olho no olho, acontece na CUT em todo o país. O Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político foi levado às ruas nesta terça (12) por comitês, organizações e movimentos social e sindical em atos espalhados por todo o Brasil.
A proposta discute, entre outras questões, o fim do financiamento empresarial de campanha eleitoral, maior representação de mulheres, indígenas e negros no Congresso e a construção de mecanismos de participação popular.
Os atos antecedem a votação, de 1º a 7 de setembro, quando uma única pergunta será feita em urnas espalhadas pelo Brasil: “Você é a favor de uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político?”
Dirigentes do Sindipetro Paraná e Santa Catarina, do Sindiquímica-PR e do Sindimont-PR fizeram uma grande panfletagem na Repar e na Fafen com o jornal oficial da campanha do plebiscito.
Espalhar mudança
De Norte a Sul do país, dirigentes de diversas categorias contam que a receptividade à campanha externa o desejo da sociedade por mudanças nas regras do jogo político, conforme aponta o Secretário de Políticas Sociais da CUT Alagoas, Luiz Gomes.
“O sentimento nas ruas é de que não dá mais para conviver com esse Congresso e que precisamos fazer uma reforma política. Quando conversamos com a população, vemos muita gente querendo dar sugestão, dizendo o que deveria ser essa reforma e a sensação é de que, se dermos voz ao povo, teremos muitas propostas boas na mesa”, pontuou.
No Pará, região Norte do país, a mobilização também é intensa. A expectativa é que até o dia 15 de agosto o estado tenha 100 comitês criados apenas entre sindicatos de trabalhadores rurais da Central. Já são 71 comitês. O trabalho é resultado de um processo de formação amplo, que inclui um curso da organização do Plebiscito em todo o país para preparar formadores. Tudo para preparar os militantes para a rua.
“As perguntas que mais ouvimos é se, com o plebiscito, os políticos vão parar de roubar e dizemos que só vai ter fiscalização e políticos melhores se fizemos a reforma política. É aí que convidamos o povo a participar da campanha. Precisam de muita saliva, disposição e garganta”, explica a secretária de Comunicação da CUT-PA, Vera Paoloni.
Na região Sul, mais especificamente em Santa Catarina, a reação das entidades cutistas foi de acreditar que o momento não era favorável para um plebiscito, por ser um ano eleitoral. O trabalho da Central foi justamente mostrar o contrário. “Fizemos esses debates em todas as regionais e agora os sindicatos estão organizando coletivos municipais”, conta o secretário de Formação da CUT-SC, Cleverson de Oliveira.
Em muitos estados, a Central não atua apenas na mobilização da classe trabalhadora, mas também serve como base estrutural para o comitê central. Caso do Mato Grosso do Sul, no Centro-Oeste, que programa uma coleta de votos na semana da pátria no local onde ocorrem os desfiles cívicos na capital Campo Grande.
“A grande dúvida das pessoas é se o voto delas, a opinião delas vai ter valor e explicamos que organizamos essa luta justamente para construir um regime político onde isso aconteça, onde cada brasileiro tenha voz”, fala Genilson Duarte, presidente da CUT-MS.
Para o secretário de Políticas Sociais da CUT-SP, João Batista Gomes, uma das funções da campanha é mostrar à sociedade o poder de transformação que lhe cabe. “Quando explicamos o que é o plebiscito e que ele pode levar à reforma política, as pessoas ficam surpresas e perguntam se o governo é obrigado a convocar a Constituinte e se nós temos esse poder todo. As pessoas ainda não conhecem a campanha, mas estão dispostas a agarrar a proposta. Se aliarmos as grandes agitações com o diálogo individual, certamente avançaremos pela democratização do Brasil”, afirma.