Saúde e Segurança

Dia Nacional de Combate à Exposição ao Benzeno reforça luta por ambientes de trabalho seguros

Este domingo, 5 de outubro, é marcado como uma data de alerta e mobilização. É o Dia Nacional de Combate à Exposição ao Benzeno. Silencioso e letal, o benzeno está presente em refinarias, siderúrgicas, indústrias químicas, postos de combustíveis e laboratórios. A luta contra esse inimigo invisível é uma questão de sobrevivência.

A ciência é categórica ao afirmar que não existe nível seguro de exposição ao benzeno. Foi justamente a mobilização sindical, na década de 1990, que garantiu uma das maiores conquistas para os trabalhadores: o Acordo Nacional do Benzeno e a criação da Comissão Nacional Permanente do Benzeno (CNPBz). A partir daí nasceu o Valor de Referência Tecnológico (VRT), instrumento que obriga as empresas a reduzirem ao máximo o contato com a substância.

João Felchak, secretário de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS) da FUP e diretor do Sindipetro PR e SC, destacou a gravidade do problema. “O benzeno é um produto considerado cancerígeno, não há limite de exposição seguro, ele tem que ser combatido. Precisamos lutar para que não haja exposição e que, se houver, seja mínima para não causar dano ao trabalhador. Então nós precisamos continuar atuando em todas as esferas para que não seja adotado um limite de tolerância”, afirmou.

Atualmente, setores empresariais pressionam para substituir o VRT pelo chamado Limite de Exposição Ocupacional (LEO), como se fosse possível conviver em segurança com uma substância reconhecidamente cancerígena. A Fundacentro e a Fiocruz alertam que essa mudança representaria um grave retrocesso, já que legitimaria o risco em vez de eliminá-lo.

A lembrança de trágicos episódios reforça o alerta. Felchak cita o vazamento ocorrido na Repar no ano 2000, que deixou marcas irreversíveis. “Um trabalhador com menos de 30 dias de exposição acabou indo a óbito e outro ficou paraplégico. E quantos outros ainda estão sofrendo as consequências daquele trabalho de limpeza do rio que havia sido contaminado pelo petróleo? Então, zero exposição ao benzeno”, recordou o dirigente.

A segurança laboral requer o fortalecimento do monitoramento ambiental e biológico, ampliação da participação dos trabalhadores nas decisões e garantia de medidas de prevenção em todos os setores.

Saúde não tem preço, vida não se negocia. Zero exposição ao benzeno, sempre!