Na semana em que se completam 25 anos do maior desastre ambiental da história do Paraná, o Sindipetro PR e SC promoveu um encontro especial de sua Direção Colegiada com caráter formativo. A reunião teve como tema central os Serviços Próprios de Inspeção de Equipamentos (SPIE), fundamentais para a segurança nas unidades industriais do setor de petróleo e gás.
A atividade contou com a participação de convidados com forte atuação no campo da segurança industrial e na luta sindical. Entre os palestrantes, estiveram Edson Funcke, professor da Universidade Corporativa do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (UNIBP) e membro da Comissão Nacional Tripartite Temática (CNTT) da NR-13 e da Comissão de Certificação de SPIE (COMCER); e Edison Terterola, diretor do Sindipetro-RS e também integrante da COMCER. A diretora de Saúde, Segurança, Tecnologia e Meio Ambiente do Sindipetro-RS e da FUP, Nalva Vivian da Silva Faleiro, também participou da Colegiada com contribuições sobre sua atuação sindical.
O professor Edson Funcke fez uma apresentação sobre os fundamentos, benefícios e riscos relacionados ao processo de certificação do SPIE. Ele destacou que o SPIE deve ter a função de um Equipamento de Proteção Coletiva (EPC). “O movimento sindical deve ser protagonista nesse modelo de certificação e jamais coadjuvante”, destacou.
Para Funcke, o processo de certificação do SPIE deve ser entendido como uma ferramenta de gestão voltada à segurança e à saúde dos trabalhadores, e não apenas como um selo técnico da empresa. Sua fala também contextualizou os ganhos coletivos da certificação, como a maior rastreabilidade das inspeções, maior segurança operacional e melhores condições para o diálogo entre empresa e trabalhadores.

Durante sua fala, Edison Terterola apresentou um panorama histórico da evolução da Norma Regulamentadora nº 13, que regula a operação e inspeção de caldeiras, vasos de pressão e tubulações, com foco na segurança dos trabalhadores e na prevenção de acidentes, e que já passou por oito revisões ao longo de seus 42 anos de existência.
Terterola destacou a importância do diálogo tripartite, entre governo, empregadores e trabalhadores, como base para uma regulação justa e eficaz, e relembrou acidentes marcantes na história da Petrobrás, como o incêndio na unidade de destilação da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária (PR), ocorrido em 28 de novembro de 2013, e o vazamento de óleo da mesma refinaria nos rios Iguaçu e Barigui, em 16 de julho de 2000, considerado o maior desastre ambiental do estado.

Para o presidente do Sindipetro PR e SC, Alexandro Guilherme Jorge, a reunião reforça o papel da entidade na formação e articulação sindical. “Debater SPIE e NR-13 é, antes de tudo, defender a vida. Realizar essa discussão na semana em que relembramos o maior desastre ambiental do estado fortalece nosso compromisso com a memória, a segurança e a prevenção. O sindicato precisa estar preparado para influenciar nas decisões que afetam as condições de trabalho da categoria”, afirmou.
No período da tarde, a diretoria discutiu as pautas que serão apresentadas na 12ª Plenária Nacional da FUP (PLENAFUP), que ocorrerá de 4 a 7 de agosto, em Recife (PE), para a construção do novo Acordo Coletivo de Trabalho.
O Sindicato reafirma seu compromisso em capacitar seus diretores para a defesa da saúde e segurança da categoria, a promoção de condições dignas de trabalho, bem como a preservação do meio ambiente, cobrando práticas responsáveis das empresas nas unidades operacionais.
Por Juce Lopes