Um comunicado enviado pela Petrobrás à toda força de trabalho da companhia no início da noite de terça-feira (21) tenta desmobilizar a greve de 24 horas marcada para a próxima sexta-feira (24). O movimento dos petroleiros foi aprovado em assembleias na grande maioria das unidades do Sistema Petrobras e é fruto dos debates da V Plenária Nacional da FUP, onde se decidiu priorizar a pauta política de defesa da companhia contra o plano de desinvestimentos e venda de ativos anunciado pela empresa.
A categoria entende que a política de investimentos da empresa é a base de sustentação para que não ocorra um retrocesso nos avanços sociais do país, bem como nas melhorias salariais e de benefícios conquistadas na luta pelos petroleiros nos últimos anos.
Sob o pretexto de que os trabalhadores reflitam sobre “o momento que está enfrentando e o papel de cada um na defesa da imagem e na construção do futuro da companhia”, a direção da Petrobrás tenta defender seu Plano de Negócios e Gestão (PNG) 2015-2019, que foi aprovado pelo Conselho de Administração no dia 26 de junho. Porém, na nota enviada aos trabalhadores, a gestão comete uma grande gafe ao afirmar que o foco do PNG é “a redução do nível de endividamento da companhia e o aumento da rentabilidade com geração de valor para os acionistas”.
É justamente contra isso que a categoria está em luta. A empresa não deve ser usada para garantir os lucros dos acionistas e do capital especulativo, mas sim para ser a mola propulsora do desenvolvimento econômico e social da nação.
A direção da Petrobras ainda tenta se omitir com relação à pauta da categoria, na qual é pleiteado que a empresa manifeste publicamente o interesse em ser operadora exclusiva do pré-sal. Ao invés disso, o comunicado diz que “a companhia não pode interferir nos debates políticos sobre mudanças na legislação brasileira. Como qualquer outra empresa, cabe à Petrobras cumprir a lei vigente”. A Petrobrás é uma empresa estatal e tem o direito de se posicionar com relação a mudanças na legislação do setor que venham a prejudicar suas operações.
Essa mensagem passa à categoria a certeza de que a direção da empresa prioriza os acionistas e o capital especulativo internacional em detrimento aos interesses de construção da pátria maior. Que o comunicado sirva de combustível na fogueira de nossa luta em defesa da Petrobrás e do Brasil.